Textos expositivos e Textos funcionais/profissionais
1.
Textos expositivos
No caso específico do texto expositivo, objecto deste ponto,
o Dicionário Terminológico define-o como: o tipo em que o referente é a análise
ou síntese de ideias, conceitos e teorias, com uma estrutura verbal em que
figuram predominantemente o verbo ser com um predicativo do sujeito nominal ou
o verbo ter com complemento directo, e apresentando como tempo peculiar o
presente.
Numa tentativa
de clarificar e explicitar esta definição, podemos analisar por outras formas.
O texto expositivo é
um tipo de texto que visa a apresentação de um conceito ou de uma ideia. É muito
comum esse tipo de texto ser abordado no contexto académico, uma vez
que inclui formas de apresentação, tais como: seminários, artigos académicos,
congressos, conferências, palestras, colóquios, entrevistas, dentre outros.
1.1.
Tipologia de discurso científico
De acordo com VUNGUIRE (s/d) no caso do texto
expositivo/explicativo tem uma própria textura que o distingue das outras
formas de discurso.
Assim, este género textual é composto por três tipos de
enunciados:
1) Enunciados
de exposição, contendo uma sucessão de informações que visam fazer saber.
2) Enunciados
de explicação que tem como finalidade fazer compreender o saber transmitido.
3) Enunciados
que marcam as articulações do discurso: anunciar o que vai ser dito; resumir o
que se disse; antecipar o que vai ser dito, através de títulos, subtítulos, numerações, etc., focalizar o que é dito através de sublinhados e de mudanças
tipográficas.
Os discursos de manuais (usados nas escolas) têm a ver com
saberes científicos de base de uma disciplina, escritos por autores que não
são, grosso modo, pesquisadores; jogam, sim, um papel de intermediários
(Beacco, 1990 cit por VUNGUIRE, s/d). Este facto leva o autor da compilação a
usar estratégias que ajudarão o estudante a compreender o texto.
1.2.
Estratégias discursivas
O texto expositivo/explicativo é um discurso de verdade, a
sua objectividade manifesta-se através de formas linguísticas próprias. Ele é
emitido por um locutor ao qual não são contestados nem o poder nem o saber.
Quando se põe em causa esta autoridade, entra-se no domínio da polémica,
perdendo, assim o estatuto de texto de explicação. É objectivo e isento de
ataques.
A análise do tipo de discurso mostra a existência de uma
diversidade de modos de comunicação:
- Emprego da passiva;
- Nominalizações;
- Apagamento do sujeito falante;
- Emprego de um presente com valor genérico;
- Uso de expressões que explicam os conteúdos veiculados;
- Articuladores.
1.3.
Expressão oral
Uma das características do texto expositivo/explicativo
consiste na abstracção do sujeito entanto que membro duma sociedade
determinada; deve neutralizar tudo o que se possa resultar de uma apreciação
pessoal, subjectiva. O discurso expositivo deverá, por isso, fazer desaparecer
do enunciado toda a referência a um caso particular, a um momento determinado e
situar-se no universal. A forma passiva é um mecanismo para tornar impessoal o
discurso científico; ela é usada como uma estratégia de objectividade, de
afastamento do sujeito enunciador do seu discurso (VUNGUIRE, s/d).
2.
Textos funcionais/profissionais
Segundo VUNGUIRE (s/d) os textos funcionais/profissionais são aqueles que se destinam a ajudar o
leitor a realizar uma tarefa. Eles são chamados funcionais, pois ajudam a executar
uma função satisfatoriamente. Os textos
funcionais são muito comuns no nosso dia-a-dia. Esse tipo de texto não serve
apenas para dar instruções, mas também oferece indicações, conselhos e
recomendações que facilitam o desempenho de uma pessoa.
2.1.
Sumário
Segundo VUNGUIRE (s/d) o sumário é uma enumeração das
divisões principais e dos artigos contidos numa publicação periódica, num
livro, num relatório ou documento análogo, seguindo a ordem do texto. Apresenta
o conteúdo sob forma de plano: deve manifestar não apenas as etapas de estudo,
mas também o sentido, manifestando a sua coerência desde o título até à
conclusão.
Um livro deve incluir os seguintes elementos: plano,
desenvolvimento, principais divisões e sua paginação.
O sumário tem uma dupla função:
Permite ao leitor orientar-se na leitura do texto ou ler
apenas a parte que lhe interessa – trata-se de um ponto de vista prático.
Permite, ainda, apreender a globalidade do tema ou as propostas avançadas e o
modo adoptado para a sua apresentação – é o plano que se encontra aqui em
questão (p. 72).
2.1.1.
Qualidade essencial do sumário
Segundo o autor (idem) é importante que um sumário veicule
uma problemática, mostre as questões e esboce as respostas, quer dizer, que nas
entrelinhas contenha um raciocínio original.
2.1.2.
O sumário de uma aula
O sumário é um texto curto, por definição, e tem por
objectivo relatar as actividades de uma aula (estamos a tratar do sumário da
aula). Este tipo de texto deve relatar fiel e fidedignamente as várias etapas
que compõem uma aula. É, com efeito, um texto objectivante. (objectivante na
medida em que não é possível ser-se completamente objectivo, sendo por este
motivo, que não nos autorizamos a usar o termo objectivo).
Sendo o relato de actividades de uma aula passada/efectivada,
ele deverá ser redigido no fim desta (e não
no princípio da aula, como muitos dos professores erradamente o fazem,
confundindo, tema (tópico) da aula com o sumário) (idem, p. 72).
3.1.3.
Técnicas de elaboração do sumário
Em termos de elaboração do sumário, VUNGUIRE (s/d) é de
opinião de que o sumário da aula é um texto de construção colectiva. Todos os
participantes/intervenientes da aula devem participar da sua elaboração.
Portanto, é necessário que seja abandonado a prática de
aulas centralizadas no professor. O aluno deve participar activamente em todas
as etapas da aula, ou seja, na sua construção. O aluno pode, e muito bem, saber
dizer o que foi tratado numa aula em que dela fez parte, pois é errado julgar
que ele é um objecto que se limita a ouvir, copiar e escrever o que o professor
dita. O aluno não é uma tábua rasa, ou um simples receptáculo passivo dos
conteúdos da aprendizagem.
3.2.
Relatório
Na perspectiva de VUNGUIRE (s/d) um relatório é uma
exposição escrita de um determinado trabalho ou experiência laboratorial. Não é
apenas uma descrição do modo de proceder (técnicas, reagentes, material, etc.).
Segundo REI (1990:183) o relatório trata-se de uma
declaração formal dos resultados de uma investigação feita por alguém, que em
relação a ela recebeu instruções de um outro, sob forma de pedido ou ordem.
Exige estudo prévio, e aprofundado, elevado grau de elaboração, e matéria para
apreciação e decisões posteriores.
3.2.1.
Características do relatório
Para VUNGUIRE (s/d) o Relatório apresenta como
características:
- Uma linguagem simples, clara, objectiva e precisa;
- A clareza do raciocínio;
- Um relatório deverá ser conciso e coerente, incluindo a informação indispensável à compreensão do trabalho;
- Todas as afirmações devem ser baseadas em provas factuais e não em opiniões não fundamentadas;
- Deve evitar o excesso de conclusões, sendo estas precisas e sintéticas. As conclusões devem, igualmente, ser coerentes com a discussão dos resultados.
2.2.2.
Estrutura de um relatório
A apresentação de um relatório em várias secções ajuda à sua
organização e escrita por parte dos autores e, de igual modo, permite ao leitor
encontrar mais facilmente a informação que procura.
- Título, autor (es) e data (capa)
Identificação do trabalho (título), Identificação dos
autores, Data em que o relatório foi realizado.
- Índice:
- Introdução
Nesta parte do relatório deve ser introduzido o trabalho a
realizar, bem como as noções teóricas que servem de base ao mesmo. A introdução
deve conter a informação essencial à compreensão do trabalho.
- O Projecto do Estudo
Em primeiro lugar, trará ao aluno de executar um dos
projectos de pesquisa apresentando os conhecimentos necessários para a compreensão
dos fenómenos que serão estudados.
- Material e Métodos (Revisão teórica)
A revisão bibliográfica é, sem dúvida, um dos pontos vitais
de um trabalho científico, deve trazer informações que possam ser acessadas pelos
leitores, através da citação, das referências bibliográficas.
- Discussão dos Resultados
Interpretação dos resultados. A discussão dos resultados
deve comparar os resultados obtidos face ao objectivo pretendido. Não se deve
tirar hipóteses especulativas que não possam ser fundamentadas nos resultados
obtidos. A discussão constitui uma das partes mais importantes do relatório,
uma vez que é nela (e não na introdução) que os autores evidenciam todos os
conhecimentos adquiridos, através da profundidade com que discutem os
resultados obtidos (p.102-3).
- Conclusões
Esta parte do relatório deve sumarizar as principais
conclusões obtidas no decurso do trabalho realizado.
- Referências bibliográficas
A bibliografia deve figurar no fim do relatório. Nela devem ser
apresentadas todas as referências mencionadas no texto, que podem ser livros,
artigos científicos, CD-ROM e sítios de internet consultados.
Como forma de síntese, importa referir que o relatório é uma
declaração formal dos resultados de uma investigação feita por alguém, que em
relação a ela recebeu instruções de um outro, sob forma de pedido ou ordem.
2.3.
Circular
Segundo GONÇALVES
(2009) Circular é o tipo de texto que se enquadra na redacção técnica.
Utilizada na vida académica e profissional, ela serve para dar informações,
avisar, transmitir, dar ordens e padronizar regras.
3.3.1.
Características da circular
Pelo facto de
ser um documento interno, porque é destinado a um determinado órgão ou empresa,
ela comunica várias pessoas ao mesmo tempo através do mesmo documento.
Segue a
linguagem formal e, pelo facto de apresentar o teor de um documento, sua
estrutura requer cuidados específicos. Esses cuidados diferem daqueles que são
observados na escrita da redacção literária.
Uma das suas
principais características é a objectividade na escrita. Em termos técnicos
elas são numeradas e, conforme a necessidade, podem conter as iniciais do
responsável pela sua redacção, bem como pela sua digitação.
2.3.2.
Estrutura da Circular
Para GONÇALVES (2009) a circular
deve obedecer a seguinte estrutura:
1) Cabeçalho:
identificação do órgão emitente;
2) Local
e data;
3) Número
da circular: número sequencial separado por barra do ano da sua emissão;
4) Vocativo:
Invocação das pessoas a quem se destina o documento;
5) Mensagem:
comunicação formal feita de forma sucinta e de compreensão fácil;
6) Despedida:
feita de forma simples;
7) Identificação
e assinatura do emitente.
2.4.
Convocatória
De acordo com VUNGUIRE (s/d) a convocatória é um documento
que chama sócios para reunir, elaborado por quem tem poderes institucionais
para o fazer. Normalmente, é dada a conhecer por aviso postal para cada
participante, com antecedência considerada necessária – nas associações é de
oito dias.
Trata-se de um texto de utilidade pública, feito no contexto
da realização de uma reunião. Estruturalmente comporta três partes essenciais,
sendo:
- O cabeçalho (onde se encontra identificada o tipo de documento, a instituição e a entidade emissora da convocatória);
- O corpo (onde se encontra inserido o texto principal.
Neste, é devidamente indicado o local, a data, a hora da
reunião, a respectiva ordem de trabalhos; o assunto ou os assuntos a serem
tratados na reunião; o tipo de sessão ou reunião – ordinária ou extraordinária;
e
- O fecho (a data em que ela é feita, a entidade responsável pela emissão da convocatória e finalmente a assinatura desta mesma pessoa).
2.4.1.
Técnicas de elaboração da convocatória
VUNGUIRE (s/d) diz que em princípio, não há uma técnica
propriamente dita para elaboração da convocatória, mas há, obviamente, elementos
a ter em conta antes da sua elaboração, nomeadamente:
a) Deve
conter uma agenda (pontos a serem discutidas na reunião prevista);
b) A
convocatória é endereçada a um público-alvo bem definido, podendo ser: a comunidade
escolar (pais e encarregados de educação, alunos em geral, professores da
escola, funcionários etc.);
c) Deve
haver a indicação do local e da data.
Em síntese, a convocatória é um documento que chama sócios,
com antecedência necessária, para reunir, elaborado por quem tem poderes institucionais
para o fazer. Todavia, não há uma técnica propriamente dita, mas há elementos a
ter em conta antes da sua elaboração: uma agenda, um público-alvo bem definido,
a indicação do local e da data da realização da reunião.
2.5.Acta
Em relação a Acta, é a reprodução de factos, decisões e
opiniões reportados a assembleias, reuniões ou conselhos (VUNGUIRE, s/d).
Para o mesmo autor, a acta é o relato oficial de tudo o que
se passou durante a reunião de uma instituição, departamento, secção, conselho
ou grupo de trabalho. Costuma fazer-se a distinção entre projecto de acta e a
acta propriamente dita, coincidindo a passagem do primeiro à segunda com o
momento da sua aprovação.
Este documento é elaborado pelo secretário da reunião que
tem a ingrata, difícil e a penosa tarefa de, ao longo dela, recolher os
apontamentos indispensáveis à sua elaboração posterior do projecto de acta.
Mais tarde, com a ajuda do presidente, em caso de necessidade, ordená-los-á e redigirá
uma primeira versão. O projecto de acta é escrito no livro de actas, cujas
folhas devem estar rubricadas e numeradas – as folhas, não as páginas, pois
cada folha tem duas páginas – pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral, o
mesmo acontecendo com os termos de abertura e de encerramento (idem, p.87-8).
A redacção deve ser simples, concisa e clara; não deve haver
abreviaturas e os números tal como as datas escrevem-se por extenso; intervalos
em branco, entrelinhas e rasuras são eliminados. Enquanto o projecto de acta,
ou minuta, não for aprovado em Assembleia Geral, é pertença de quem o elaborou,
que pode fazer as alterações que achar para a sua compreensão e fidelidade
(p.88).
Portanto, na Acta são relatadas todas as intervenções dos
participantes da reunião. A sua redacção obedece a uma fórmula fixa de
introdução e fecho, começando-se do seguinte modo: (aos cinco dias, do mês de Junho de dois mil e vinte, nas instalações da
Faculdade de Administração e Gestão, realizou-se uma reunião, que obedeceu à
seguinte ordem de trabalhos/ou cuja agenda encontra-se em anexo…
Estruturalmente, a acta pode ser dividida em três partes
fundamentais, nomeadamente:
1)O
cabeçalho, contendo a identificação do documento e o respectivo número de
ordem;
2) O
corpo, comportando os relatos das várias etapas e intervenções dos
participantes; e
3) O
Fecho, contendo a fórmula fixa do fecho e as assinaturas do presidente e do
secretário da reunião.
2.5.1.
Técnicas de elaboração da acta
Para VUNGUIRE (s/d) diz ainda que ao longo da elaboração da
acta, há formas próprias de introdução das intervenções/falas dos participantes
da reunião, como os actos de fala que a seguir alistamos:
- Referindo-se à questão do…ele teria dito que…
- Usando da palavra, a Sr.ª, Octávia, afirmou que…disse que…realçou o facto de que…
- Apelou aos presentes para que…
- Questionou o facto de…
- Perguntou,
- Disse ter ficado impressionado, chateado, escandalizado com o facto de…
- Amarilo disse não concordar com a posição do seu colega…
- Mateus Lima, chefe da turma, interveio para aclarar algumas questões que constituíam embaraço…
A acta obedece a uma fórmula fixa do fecho, que é: “não havendo mais a tratar, a reunião foi
encerrada (dada por terminada), da qual foi lavrada/ (se lavrou a presente
acta, que, depois de lida, será assinada pelo Presidente (ou…) e por mim que
secretariei a reunião”.
NB:
- Os espaços em branco, na acta, devem ser trancados de forma a evitar-se acréscimos posteriores…
- Em caso de falha ao longo da redacção da acta, esta não deve ser rasurada nem borrada, devendo-se, nestes casos, acrescentar-se a palavra digo, logo depois da falha e colocando a palavra correcta pretendida.
2.5.2.
Elementos Discursivos da Acta
Na acta é recomendável o uso da voz passiva e das formas do
particípio passado (ex: “relativamente ao
ponto número três, foi dito que…ficou acordado que…decidiu-se que as reuniões
serão feitas…”);
É também recomendável o uso do discurso indirecto (ele disse que…).
Uso do Pretérito perfeito, mas também das formas do
imperfeito… (“ele teria dito que…”),
coube a vez a Mateus Lima que interveio para questionar sobre se não haveria
espaço para mais um ponto na agenda (VUNGUIRE, s/d, op. cit., p.90).
Portanto, a acta é um meio de informação da vontade
colectiva; o elemento de prova e de interpretação dessa vontade; o registo da
vida das instituições; depois de aprovada, é imutável e só a Assembleia pode
permitir que ela seja objecto de avaliação posterior.
2.6.
Requerimento
O requerimento é sempre dirigido ao
responsável por um determinado sector ou serviço, deve utilizar-se um
tratamento solene e adequado à entidade e um registo de língua cuidado. Por
outro lado, a apresentação da situação deverá ser feita com clareza, para
possibilitar uma fácil compreensão, podendo apoiar-se na legislação em vigor (VUNGUIRE, s/d).
Muitas são as situações do quotidiano em que os indivíduos
são confrontados com a necessidade de requerer determinados serviços ou
benefícios: anulação de matrícula, mudança de turma, consulta e reapreciação de
prova, por exemplo, em contexto escolar, e pedido de autorização ou benefícios
diversos, na globalidade da vida do cidadão.
2.6.1.
Estrutura do requerimento
a)
Abertura – identificação da entidade a quem é dirigido, (autoridade e órgão
requerido).
- Designação da entidade a quem é dirigido (autoridade e órgão requerido). Por norma, é recorrente escrever-se na parte superior da folha, do lado direito, o nome da entidade a quem dirigimos o nosso pedido, bem como o cargo por ela ocupado e o órgão a que pertence. É usual a utilização de fórmulas como: «Excelentíssimo Senhor», «Meritíssimo Juiz». O tratamento deve ser adequado à entidade a quem nos dirigimos.
b)
Encadeamento – elementos de identificação do requerente
e motivo que esteve na origem da
solicitação.
- Requerente (elementos de identificação) - No corpo do próprio requerimento, constam, habitualmente, os dados que permitem identificar o requerente: nome completo, profissão, morada, número de Bilhete de Identidade e/ou número de contribuinte;
- Motivo que esteve na origem da solicitação (pedido ou objecto do requerimento) – Seguidamente, esclarecerá a sua pretensão à entidade requerida. A situação apresentada pontuará pela clareza, para que seja fácil a quem ler o seu requerimento compreender o que pretende na realidade. O pedido pode ser fundamentado com recurso à legislação em vigor, nomeadamente com referência a diplomas, leis, decretos, portarias, etc.;
- Pedido de deferimento – Quando se finaliza um documento desta índole, acrescenta-se, no lado direito da folha, expressões como «pede/aguarda/espera deferimento», que significam que espera que o seu pedido seja satisfeito. Este pedido pode ser feito com recurso a abreviaturas.
c)
Fecho – local, data e assinatura do requerente.
- Local, data e assinatura do requerente – Para finalizar o seu requerimento, coloque o local e a data em que o mesmo foi elaborado, seguidos da sua assinatura, esta deverá ser perceptível.
NOTA: Caso haja
uma minuta, preencha os dados que lhe são solicitados, podendo ou não serem
exactamente estes os que lhe são pedidos.
2.6.2.
Características linguísticas
Ao elaborar um requerimento, atente no tipo de
discurso que utilizará:
- Uso de registo formal
- A linguagem deve ser objectiva e clara, (registo de língua cuidada); emprego da terceira pessoa do singular ou do plural;
- Recurso a palavras ou expressões específicas desta tipologia textual, ou seja, a manutenção de palavras como por exemplo: requerente, deferimento, requerer, solicitar, conceder, dignar-se, sito, respeitosamente, etc.
- Inclusão de elementos como identificação, morada, etc.
2.7.
Regulamento
Segundo
SILVA (2010) o
regulamento é um texto normativo que engloba um conjunto de regras, normas e
preceitos, destinado a regular o funcionamento de um grupo ou de uma
determinada actividade.
2.7.1. Tipos de
regulamento
Existem dois
grandes tipos de regulamento:
- Os gerais – que regulam a vida e a actividade associativa
ou das instituições (o regulamento interno regula a actividade de uma escola,
por exemplo);
- Os
parciais – que regem sectores particulares (como o regulamento da
mediateca da escola, por exemplo).
2.7.2. Estrutura do regulamento
A estrutura
de um regulamento pode ser mais ou menos elaborada, de acordo com o tipo de
regulamento e dos objectivos visados. Enquanto um regulamento geral será
constituído por preâmbulo, normas gerais, competências, direitos, deveres,
sanções e disposições finais, um regulamento parcial englobará, na maior parte
das vezes, apenas um conjunto de disposições a cumprir (SILVA, 2010).
2.7.3. Características do discurso
De acordo
com o autor anteriormente supracitado (idem),
o regulamento apresenta características específicas que o distinguem de outro
tipo de textos:
- Recorre a um registo de língua corrente e à linguagem denotativa para que seja facilmente entendido por todos, sem originar ambiguidades ou dúvidas;
- Privilegia, predominantemente, a utilização de verbos nos modos indicativo, conjuntivo (presente / futuro) e infinitivo;
- Usa a terceira pessoa;
- Predominam as frases de tipo declarativo;
- Verifica-se a presença de substantivos abstractos (relativos a atitudes e comportamentos). A adjectivação é escassa;
- Os regulamentos gerais contêm títulos e subtítulos para separar cada núcleo informativo;
- Recurso ao uso de numerais ordinais e cardinais.
2.7.4. Procedimentos usados na
elaboração do regulamento
Na
elaboração de um regulamento devem respeitar-se os seguintes procedimentos:
1) Para que as regras sejam coerentes e facilmente
aceites devem ser discutidas e aprovadas por todos os membros do grupo (ou
pelos seus representantes);
2) Integrar os direitos e deveres dos vários membros;
3) Prever o maior número de situações que possam ocorrer,
para que não se torne demasiado omisso;
4) As regras são redigidas com clareza e objectividade,
evitando ambiguidades, duplos sentidos, variações de pessoa, tempo e modo
verbal que possam suscitar dúvidas no seu leitor e comprometer a correcta
interpretação das regras;
5) Cada regra será formulada por parágrafo, contendo uma
ideia distinta;
6) As regras são organizadas do geral para o particular;
7) A apresentação gráfica é muito importante. Recorra à
enumeração dos parágrafos, para facilitar a consulta, e à utilização de espaços
em branco para dividir a informação.
2.8.
Curriculum Vitae
Para
SILVA (2010) o Curriculum Vitae (CV) é um documento que contém, em resumo,
todos os dados da formação escolar e profissional de uma pessoa. É um texto que
precisa dar ao leitor informações precisas para uma análise preliminar do
candidato e desenvolver um processo de selecção eficaz.
Portanto,
com o curriculum, a pessoa deverá comunicar, informar, fazer-se conhecer,
despertar interesse e necessidade de que seja seleccionado. É importante
destacar que o objectivo imediato do curriculum não é obter um emprego, mas uma
entrevista.
2.8.1.
Tipos de currículo
Cronológico:
os dados são colocados cronologicamente, dos mais antigos aos mais
recentes, ou invertido.
Invertido:
É o oposto do cronológico. São dados mais recentes. Este tipo é o que as
empresas actualmente requerem, principalmente na área profissional, portanto é
o que deve-se fazer.
Funcional:
relacionam-se às actividades ou funções independentes, uma das outras,
separadas por um título. É o modelo mais usual e de fácil leitura, pois
rapidamente selecciona os dados mais relevantes para a empresa.
3.
Conclusão
Este trabalho foi de natureza bibliográfica e primeiramente
abordou-se sobre os textos expositivos onde fez-se menção do texto
expositivo-explicativo, e foi possível compreender que o objectivo do texto
expositivo/explicativo é o de comunicar de forma clara e pormenorizada, a um
leitor determinado, que se supõe detentor de um saber insatisfatório, o que
deve saber de um facto, assunto ou de um problema. Um aspecto interessante é
que a definição deste tipo de texto apresenta-se polémica, pois há autores que usam
variada terminologia, fundamentando as suas posições. Assim, é frequente
encontrar em alguns livros teóricos termos como: texto explicativo, texto
expositivo, texto argumentativo, etc.
Em relação aos textos funcionais/profissionais, também
fez-se uma pesquisa bibliográfica sobre o sumário, relatório, circular,
convocatória, acta, requerimento, regulamento e curriculum vitae. Entretanto, importa referir que não vamos tecer conclusões
sobre todos os tipos de textos escritos aqui, mas vale referir-se de alguns
como a acta que o grupo de pesquisa achou ser um texto relativamente longo
elaborado como consequência de uma sessão/reunião que procura fixar com toda
fidelidade os aspectos essenciais de factos ocorridos na sessão. Não há
possibilidade de o texto ser preenchido em impresso/formulário previamente
instituído (manuscrito ou impresso). No caso da convocatória é um texto de
chamada de atenção, dirigido geralmente a varias pessoas, produzido por um
emissor ou entidade, investido de competências e poder, que convida ou manda
comparecer para algo.
Interessante, o grupo notou que a
acta assemelha-se da convocatória na sua estrutura, visto que ambos possuem a
introdução, desenvolvimento e conclusão. Entretanto, na acta, os tempos
verbais, isto é, a localização espácio-temporal reporta-se sempre a factos
passados” teve lugar, realizou-se, decorreu”, enquanto na convocatória usa-se a
1ª pessoa do singular “convoco” e também a 2ª pessoa do plural “convocam-se”. Quanto
às formas verbais, na Acta predomina a 3ª
pessoa do singular/plural, representativa ou não duma colectividade.
4.
Referências bibliográficas
GONÇALVES, Sara et al., Convocatórias
Actas & Relatórios, ESG-De Paços De Ferreira 2009
LAVAREDA, Lina et al., Guia
Prático de Construção de Textos, Edições Sebenta, 2004.
SILVA, Pedro et al., Expressões,
Porto Editora, 2010.
VUNGUIRE, Geraldo Fernando. Técnicas de Expressão em Língua Portuguesa.
Manual de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa. Código: A0001. Módulo
único (24 Unidades). Universidade Católica de Moçambique, Beira, s/d.
5.
Anexos
5.1. Modelo de
Relatório
Escola Primária Completa Polana Caniço A
Relatório do decurso das actividades desenvolvidas, durante o 1º trimestre
do ano lectivo de 2019.
A Escola de Primária Completa
Polana Caniço A iniciou o ano lectivo de 2019 no dia 21 de Janeiro de 2019,
conforme o previsto na instrução ministerial. Foram matriculados mil
quatrocentos e noventa alunos, distribuídos em sete classes.
Do total dos alunos inscritos,
catorze não chegaram ao fim do trimestre por motivos diversos, oito anularam a
matrícula por razões de saúde, dois perderam direito à frequência, três foram
transferidos e um não chegou a se apresentar na escola.
O aproveitamento
pedagógico referente a este período é positivo, sendo 70% na 1ª classe, 75% na
2ª classe, 73% na 3ª classe, 80% na 4ª classe, 90% na 5ª e 65% na 6ª classe 70%
na 7ª classe, o que corresponde a 74,4% a nível da escola.
Quanto a
assiduidade há problema de os alunos que não justificam as faltas, o que fez
com que houvesse casos de alunos que perderam o direito à frequência. E de
referir que a maioria das faltas são cometidas durante a 1ª aula devido aos
atrasos dos alunos.
Quanto aos
aulas, decorreram sem grandes dificuldades ao longo do 1º trimestre, embora
tenham chegado tardiamente os professores de Português e Educação Estética,
pois chegaram duas semanas depois do início das aulas. Ambos eram da 7ª classe.
Quanto ao
professor de Matemática da 6ª classe, é quem cometeu mais faltas devido ao
atraso no 1º tempo lectivo, pelo facto de estar a morar longe da escola, no
bairro de Khongolote.
Os livros
de distribuição gratuita chegaram a tempo, os de Ciências Naturais da 4ª classe
não foram em número suficiente. Outros materiais como giz e apagadores têm sido
fornecidos com regularidades da escola.
Futuramente,
seria necessário afectarem-se professores um pouco antes do início do ano
lectivo, para evitar que as aulas comecem com atraso em algumas disciplinas.
Também seria necessário observar-se o local de residência dos professores a
afectar nas escolas para se evitar o atraso sistemático.
Maputo, Junho de 2019, Mateus Lima
5.2. Modelo da
Circular
Departamento de Administração e
Gestão
Maputo, 06 de Junho de 2020.
Circular n.º 18/2020
Caros estudantes,
Informo que está autorizado o
seguinte plano de concessão de descontos das mensalidades para o mês de agosto:
- Pagamento da mensalidade em dinheiro físico usufrui-se de 15% de desconto.
- Pagamento da mensalidade até dia 15 de agosto usufrui-se de 10% de desconto.
- Pagamento da mensalidade até dia 31 de agosto usufrui-se de 5% de desconto.
Sendo o que me cumpre informar de
momento, coloco-me à disposição para qualquer eventual dúvida.
Atenciosamente,
Chefe do Departamento
5.3. MODELO DE
CONVOCATÓRIA
Convocatória
A direcção do Instituto Superior de Gestão, Comércio e
Finanças, Delegação de Maputo-cidade, convoca a todos os estudantes do 1º Ano
do curso de Direito, a participarem na reunião a ter lugar no próximo dia 10 Junho
do ano em curso pelas 10 horas e 30 minutos na sede do Instituto Superior de
Gestão, Comércio e Finanças, com seguinte agenda:
1. Leitura
dos documentos normativos.
2. Estudo
do Regulamento interno do Instituto Superior de Gestão, Comércio e Finanças.
O
Director (a)
Mateus Lima
Maputo, 06 de Junho de 2020.
5.4. Modelo da Acta
Exemplo de uma Acta
da reunião da turma
Aos oito dias do mês de Junho de dois mil e vinte, na sala quatro, da
Escola Primária Completa Polana Caniço A, da cidade de Maputo, pelas oito
horas, realizou-se uma reunião da turma B da sétima classe, com o objectivo de
discutir os problemas relativos ao património escola.
Estiveram presentes na reunião os pais/encarregados de educação, o
director da turma, o chefe da turma e todos os alunos da turma.
A reunião foi orientada pelo director da turma que manifestou a sua
preocupação pela degradação do património escolar nomeadamente: vidros
partidos, carteiras estragadas, salas sem portas nem janelas, casas de banho
mal usadas, paredes riscadas e quadros picotados.
Face aos problemas apresentados, o pai
turma, usando da palavra sugeriu a criação de um fundo para: a contratação de
um guarda, a reposição ou reparação dos móveis, imóveis e para a manutenção da
escola.
Todos os presentes acolheram a sugestão e
foi eleita uma comissão para colectar e gerir os fundos junto dos encarregados
de educação.
E não havendo mais nada a tratar o director da turma declarou encerrada
a reunião da qual eu Neila Samuel, lavrei a presente acta que depois de lida em
voz alta e aprovada pelos presentes, será assinada por mi e pelo director da
turma.
O Director/a de Turma O Secretário/a
5.5. Modelo de
Requerimento
EXMO SENHOR
ADMINISTRADOR DO DISTRITO DE PEBANE
PEBANE
Mateus Júlio Lima, filho de Júlio Lima e Rosa Curace
Companhia, nascido aos 05 de Abril de 1989, natural de Pebane, Distrito de
Pebane, Província da Zambézia, Solteiro, Portador do Bilhete de Identidade nº
041100752535N, emitido pelo Arquivo de Identificação Civil da Cidade de Maputo,
aos 06 de Junho de 2019, formado pelo Instituto de Psicologia em Psicopedagogia
e Metodologias de Ensino e Técnico Médio em Informática, na Especialidade de
Analista/Programador de Aplicações, vem mui respeitosamente requerer à V/excia
se digne autorizar a sua candidatura a vaga de DN3, segundo o concurso afixado
na vitrina do Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia de Pebane
pelo que:
Pede Deferimento
Pebane, aos 06 de Junho
de 2020
_____________________________________
Mateus Júlio Lima
5.6. Modelo de
Regulamento
5.7. Modelo de
Curriculum vitae
Curriculum Vitae
Neila Samuel
1. Informação Pessoal
Apelido: Samuel
Nome Completo: Neila
Samuel
Data de Nascimento: 05
de Abril de 1999
Morada: Av.
Vladimir Lenine, Bairro Polana Caniço B, Cidade de Maputo
Naturalidade: Maputo
Cidade
Nacionalidade: Moçambicana
Estado Civil: Solteira
Filiação: Samuel
João e Rosa Alfredo
Bilhete de Identificação nº: 041100752535N
Data e Local de Emissão: 09
de Abril de 2019 – Cidade de Maputo
2. Formação Académica
2016 Concluiu a
licenciatura em Direito no Instituto Superior de Gestão, Comércio e Finanças,
cidade de Maputo
2015 Concluiu o
Ensino Técnico Médio de Informática na qualidade de Analista / Programador de
Sistemas de Informação no Centro de Desenvolvimento de Sistemas de Informação
de Finanças – CEDSIF – Cidade de Maputo
2011 Concluiu a 12ª Classe na Escola Secundária
Francisco Manyanga – cidade de Maputo
3. Línguas
Idioma Expressão Leitura Escrita Compreensão
Português Excelente Excelente Excelente Excelente
Inglês Razoável Excelente Excelente Razoável
Changana Razoável Razoável Razoável Razoável
4. Contacto Telefónico
Telefones móveis: +258 849 305 363 (Pessoal)
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