Resumo do Capítulo 6 do livro de Michel Foucault "Trocar"
O sexto capítulo do livro de Foucault (p.227) fala da troca,
e ele aborda neste capítulo, 8 aspectos muito importantes sobre a troca,
nomeadamente “A análise das riquezas”; “Moeda e preço”; “O mercantilismo”; “O
penhor e o preço”; “A formação do valor”; “A utilidade”; “Quadro geral” e o “O
desejo e a representação”.
Assim, o autor analisa a riqueza referindo que na
idade clássica a economia era um domínio geral que pertencia a camadas bem
estratificadas (p.228). Focault (p.228), analisando a economia, cita alguns
expoentes que na sua visão trouxeram à tona o processo de economia e das
riquezas como Adam Smith, que trouxe o processo da divisão crescente do
trabalho, Ricardo que descreve o papel desempenhado pelo capital, Say, que
descreve algumas das leis fundamentais da economia de mercado. De acordo com
esses autores, Focault acha que então, a partir desses autores a economia
política teria começado a existir com seu objecto próprio e sua coerência
interior. Para expandir suas ideias, Focault (p.238) fala do mercantilismo, e
neste ponto o autor faz as análises do século XVII que nesse século a
actividade principal era a troca. Nessa época do mercantilismo, o que
predominava era o interesse mercantil que enfatizava-se a importância do
comércio exterior para a economia de um país, e que defendia a acção do Estado
em favor da expansão das exportações e do seu monopólio por companhias de
comércio, e da restrição às importações, enfim, Focault refere que no século
XVII o que era necessário e interessava é o lucro e o ganho. Ele refere ainda
que a moeda é a fonte da troca. Segundo Focault (p.262) a troca é um fenómeno
simples apenas na aparência.
A formação do valor significa que isso só é
possível quando num processo de troca cada um dos dois parceiros reconhece um
valor para aquilo que o outro possui, isto é, existe valor se aquilo que
estiver sendo trocado tiver algum valor para ambas partes, já que ninguém faz
trocas sem que haja valor ou vantagem alguma.
Mais adiante (p.262), Focault
cita os fisiocratas, estes que têm a opinião de que para existir valores e
riquezas, é necessário que uma troca seja possível, isto é, que se disponha de
um supérfluo de que o outro tenha precisão.
Focault (p.265) cita também Mercier
de La Rivière, este que refere que “A finalidade da troca” é o desfrute, o
consumo, de sorte que o comércio pode ser definido sumariamente: troca das
coisas usuais para chegar à sua distribuição entre as mãos de seus
consumidores”, por essa razão que o autor relata que o comércio, por sua
natureza, não faz mais que trocar conjuntamente coisas de valor igual.
De uma
forma geral, percebeu-se neste capítulo que para Focault no acto da troca o
valor só aparece onde os bens desaparecem (p.268); e o trabalho funciona como
uma despesa, ele constitui um preço da subsistência que ele próprio consumiu.
Para Focault, a troca é o que aumenta os valores.
Referências
Foucault, M. (2000). Trocar. In: Foucault, M. As Palavras e as Coisas: Uma arqueologia das ciências humanas. 8ª ed. Tradução: Salma Tannus Muchail. Martins Fontes. São Paulo, 2000.
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