quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Os Problemas enfrentados pelos jovens na actualidade



Os Problemas enfrentados pelos jovens na actualidade

1 Introdução

Nos dias actuais, os jovens enfrentam diversos desafios relacionados há vários aspectos como é o caso do emprego, formação académica/profissional, consumo de substâncias psicotrópicas entre outros. Neste sentido, se problematizam sobre os reais impasses enfrentados pelos jovens, bem como as alternativas que estes utilizam nestas relações. Este trabalho é de natureza bibliográfica e foi realizado na base de material sobre aspectos relacionados com os desafios enfrentados pelos jovens a nível mundial. Assim, pretendemos sistematizar aspectos dessa temática, apresentando uma introdução ao tratamento dos principais desafios enfrentados pela camada juvenil.
O objectivo central do trabalho, é compreender os principais problemas que enfrenta a cama juvenil contribuindo para uma reflexão sobre aspectos a balizar a políticas adequadas para os jovens. Especificamente pretendemos: descrever os principais problemas enfrentados pelos jovens, identificando as respostas face a esses problemas, analisar as principais respostas a nível social e familiar.

2- Os Problemas dos Jovens

Actualmente diversas pesquisas demonstram que os jovens são a camada mais vulnerável da camada da terra, pois, a inserção produtiva dos jovens consolida-se como um grande desafio. Trata-se de um público mais vulnerável, que enfrenta maiores dificuldades de inserção no mercado de trabalho e tende a encontrar ocupações mais precárias, situação agravada, em muitos países, pela baixa escolaridade e pela fragilidade da formação educacional de grande parte da população.

2.1- O Emprego é um dos maiores Problemas actuais para os Jovens

Conforme referíamos antes que um dos grandes desafios da camada juvenil é a problemática da sua inserção na área do trabalho e segundo GUIMARÃES e ALMEIDA no seu artigo dizem que a camada juvenil é um público mais propenso à situação de desemprego e de desemprego em longo prazo, sendo objecto de políticas específicas em muitos países. 
Em face dessa situação, a política de emprego para os jovens assume grande importância, pois além de democratizar as oportunidades de ascensão social e reduzir as desigualdades, trabalha com um público que será, por muitas décadas, parte da força de trabalho do país, impactando o potencial produtivo e competitivo.

Segundo o relatório da OIT (2012), em todo o mundo, mulheres e homens jovens enfrentam dificuldades reais e crescentes para encontrar um trabalho digno. Durante as duas últimas décadas[1], o desemprego jovem, manteve-se, em média, três vezes mais elevado do que o desemprego de adultos e, em algumas regiões, é agora[2] cinco vezes superior à taxa de desemprego de adultos.
Aponta-se ainda que em 2011, o mundo presenciou um aumento significativo de movimentos de protesto político e social de jovens em todo o mundo, com os jovens reclamando por “empregos, liberdade e justiça social”. As queixas dos jovens relativas às taxas de desemprego elevadas e a um regime autoritário na Tunísia constituíram uma das maiores faíscas da Primavera árabe em 2011. Os jovens também foram proeminentes na ocupação da Praça Tahrir, no Cairo, que precipitou a queda do regime no Egipto. A falta de oportunidades de trabalho produtivo, juntamente com as aspirações de liberdade política, justiça social e um melhor futuro económico, foram factores importantes que alimentaram os protestos (OIT, 2012).

A intensificação da crise do emprego jovem não só coloca problemas numa perspectiva intergeracional, mas também ameaça causar um fosso crescente em termos de desigualdade dentro da coorte actual de jovens. Segundo a OIT (2012), antes da crise, as desigualdades entre os jovens em termos de acesso ao trabalho digno, bem como as desigualdades entre jovens e adultos, já eram uma fonte de preocupação.

Segundo a OIT (2012), hoje, quase uma em cada cinco pessoas tem entre os 15 e 24 anos de idade. Ao todo, são mais de 1,2 mil milhões de jovens no mundo. A maioria dos jovens – cerca de 90% vive nos países em desenvolvimento, 60% na Ásia e 17% em África. A população actual de jovens nos países em desenvolvimento é a maior do mundo jamais vista, cerca de mil milhões. Segundo dados da OIT atingirá um máximo de 1,1 mil milhões em 2060 e diminuirá depois gradualmente[3].
A crise do emprego jovem constitui um aspecto primordial da crise mundial de emprego. A sua gravidade não está só relacionada com os níveis e a duração do desemprego; está cada vez mais ligada ao declínio da qualidade dos empregos disponíveis para os jovens como os factos tendem a demonstrar. O principal receio, entretanto, é que a crise do emprego jovem, em todas as suas manifestações, não seja meramente uma evolução transitória relacionada com um fraco crescimento económico, mas venha a tornar-se uma tendência estrutural se não houver mudanças de políticas significativas. É por isso que o problema adquire uma nova dimensão critica.

2.2- Respostas existentes face aos Problemas dos Jovens

Respostas sociedade

A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT, 2012), reunida em Genebra na sua 101ª Sessão, 2012, reconhecendo que o desemprego e o subemprego jovem persistentes trazem consigo elevados custos económicos e sociais e ameaçam o tecido social das sociedades, percebeu-se que a crise do emprego jovem é um desafio global, pese embora as suas características económicas e sociais variarem de forma considerável, quer na sua dimensão quer quanto à sua natureza, entre os diferentes países e regiões e em cada um deles.

Como forma de resolver a problemática do desemprego para os jovens, na Comissão de 2012 da OIT apelou-se aos governos, aos parceiros sociais, ao sistema multilateral, incluindo o G20, e a todas as relevantes organizações nacionais, regionais e internacionais, que devessem adoptar medidas urgentes e renovadas para enfrentar a crise do emprego jovem. De acordo com OIT (2012), só uma acção colectiva forte e uma parceria no plano nacional, regional e mundial poderão melhorar a dramática situação dos jovens no mercado de trabalho.

Segundo a OIT (2012) na Conferência Internacional do Trabalho, 101ª Sessão, face aos problemas que apoquentam os jovens, foram adoptados os seguintes princípios orientadores que devem ser seguidos pelos países. Neste caso, cada país deve:
  • ü  tomar em consideração a diversidade das situações nacionais na elaboração de um conjunto de políticas que sejam multidimensionais, coerentes e adequadas a cada contexto;

  1. considerar o pleno emprego como um objectivo essencial das políticas macroeconómicas;
  2. assegurar a coerência efectiva entre as políticas económicas, de emprego, de educação e formação e de protecção social;
  3. promover a participação dos parceiros sociais na formulação de políticas através do diálogo social;
  4. adoptar uma equilibrada combinação de políticas que incentive mais os empregadores a investirem e gerarem novas oportunidades de emprego para os jovens;
  5. garantir que todos os programas e políticas respeitam os direitos dos jovens trabalhadores e têm em conta a dimensão de género;
  6. corrigir o desfasamento entre os empregos disponíveis e as qualificações dos jovens, que limitam ao acesso às oportunidades de emprego;
  7. promover o empreendedorismo jovem tendo por objectivo incentivar o crescimento de empresas sustentáveis, incluindo cooperativas e empresas do sector social, nas zonas rurais e urbanas;
  8. os jovens são parte da solução. A sua voz deve ser ouvida, a sua criatividade aproveitada e os seus direitos respeitados ao lidar com a crise do emprego jovem.

A OIT (2012), diz que a educação e formação e aprendizagem ao longo da vida favorecem um circulo virtuoso de melhoria da empregabilidade individual, maior produtividade, emprego de melhor qualidade, crescimento dos rendimentos e desenvolvimento.

Segundo a OIT (ibidem) com o aumento da escolaridade, a incidência de desemprego de longa duração diminui. No entanto, em muitos países, a educação não garante um emprego, razão pelo qual, ROSE (1996) citado por GONÇALVES, PARENTE, GOMES e JANUÁRIO (1997), são unânimes ao referir que os jovens se encontram sujeitos a uma transição/inserção tardia no mercado de emprego, constituindo a transição “a expressão do movimento geral de precariedade das situações que afectam principalmente os jovens e que é particularmente visível nas suas trajectórias.

Segundo ROSE (1984) citado por GONÇALVES et al., (1997), a vulnerabilidade dos jovens ao desemprego é um facto inquestionável. No entanto, é também entre eles que se verifica um grau de “empregabilidade” mais elevado, dadas as significativas taxas de rotação. Logo, os fluxos entre emprego, desemprego e formação são igualmente intensos.
Contudo, estima-se segundo a OIT (2012) que os países em desenvolvimento, enfrentam um enorme desafio não só para multiplicar as oportunidades de instrução para os seus jovens, mas também para elevar a qualidade de ensino. Isto, é importante não só para melhorar o potencial de crescimento económico nos países em desenvolvimento, mas também para dar aos jovens a oportunidade de obterem um trabalho digno e numa economia global cada vez mais intensiva em conhecimento. Uma educação de qualidade mais elevada para as futuras gerações de jovens é claramente um requisito de base para se encontrar uma solução duradoura para o problema do emprego jovem nos países em desenvolvimento.

Respostas na família

Diante de factos como o desemprego assim como outros desafios enfrentados pelos jovens, a família é um elemento fundamental, pois é na família onde o indivíduo seja jovem, adulto ou idoso se sente confortável. Sendo assim, a família ganha importância nestes desafios todos como âncora e suporte psicológico para enfrentar os desafios que se apresentam quotidianamente e que neste movimento rotativo e circulante os impulsiona a continuar lutando em busca de melhores condições de vida, porque para se resolver um problema é preciso lutar[4]. A família deve adoptar estratégias de resiliência para os jovens de modo a que estes consigam enfrentar os desafios que lhes assolam no dia-a-dia. Portanto, é na família que o jovem adquire forças para seguir em busca dos seus projectos e sonhos.


3- Conclusões

Os jovens anseiam serem reconhecidos como indivíduos de direitos, bem como anseiam por oportunidades de emancipação e autonomia através do trabalho e do desenvolvimento profissional, isto é, requerem oportunidades iguais como as dadas aos jovens das classes médias e altas. A educação profissional e orientação vocacional aparecem como demandas urgentes na vida dos jovens que clamam por mais oportunidades na sua vida profissional. As atitudes e sentimentos desencadeados pela experiência com o trabalho formal e informal dos jovens demonstram a heterogeneidade existente no mercado de trabalho, eles se sentem fragilizados nas tentativas de inserção. Suas experiências demonstram atitudes e estados de impotência frente à conquista e permanência no trabalho formal. É comum por exemplo em Moçambique ouvir relatos de jovens sobre as suas experiências com o desemprego, os jovens deixam claro em suas falas na preocupação de permanecerem nesta situação, apresentam-se insatisfeitos com a perspectiva de não conseguirem uma ocupação no mercado de trabalho formal ou informal.
Enfim, em virtude de todos problemas enfrentados pelos jovens especialmente os de Moçambique e de outros países, faz-se necessário a implementação de políticas públicas de inclusão juvenil, que visem uma formação sólida e de qualidade, que garanta o estudo do/a jovem e sua sobrevivência, oriente-o(a), qualifique-o(a), prepare-o(a) para uma actuação reconhecida no mercado de trabalho e consequentemente priorize a inserção deste(a) no mundo do trabalho, porque caso não se faça algo parecido o jovem mete-se no mundo das drogas.

4-Referências

GONÇALVES et al., Os Jovens, a formação profissional e o emprego: resultados de uma investigação internacional. Porto, 1997.

GUIMARÃES, Alexandre Queiroz & ALMEIDA, Mariana Eugénio. Os jovens e o mercado de trabalho: evolução e desafios da política de emprego, 2012. Artigo. Disponível em: <http://seer.fclar.unesp.br/temasadm/article/viewFile/6845/4926>; consultado em: 19 Nov. 2017 às 14h30.

OIT. A crise do emprego jovem: Tempo de agir. Editora: Bureau Internacional do Trabalho Genebra, 2012. Tradução: A Santos.




[1] Este manual foi publicado em 2012 pela Organização Internacional do Trabalho. Neste sentido, as duas últimas décadas referidas acima, pode ser que a OIT esteja se referindo aos anos 90.
[2] Neste caso, até o ano da publicação do presente Manual.
[3] Fonte de todos os dados da população apresentados nesta secção é a base de dados das Nações Unidas “World Population Prospects, 2010 Revision”. Todos os dados são projecções     de variante média.
Disponível em: <http://esa.un.org/unpd/wpp/index.htm>.
[4] Grifos da estudante.

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