sábado, 13 de junho de 2020

Textos expositivos e Textos funcionais/profissionais

1. Textos expositivos

No caso específico do texto expositivo, objecto deste ponto, o Dicionário Terminológico define-o como: o tipo em que o referente é a análise ou síntese de ideias, conceitos e teorias, com uma estrutura verbal em que figuram predominantemente o verbo ser com um predicativo do sujeito nominal ou o verbo ter com complemento directo, e apresentando como tempo peculiar o presente.
Numa tentativa de clarificar e explicitar esta definição, podemos analisar por outras formas. O texto expositivo é um tipo de texto que visa a apresentação de um conceito ou de uma ideia. É muito comum esse tipo de texto ser abordado no contexto académico, uma vez que inclui formas de apresentação, tais como: seminários, artigos académicos, congressos, conferências, palestras, colóquios, entrevistas, dentre outros.

1.1. Tipologia de discurso científico

De acordo com VUNGUIRE (s/d) no caso do texto expositivo/explicativo tem uma própria textura que o distingue das outras formas de discurso.
Assim, este género textual é composto por três tipos de enunciados:
      1)      Enunciados de exposição, contendo uma sucessão de informações que visam fazer saber.
      2)      Enunciados de explicação que tem como finalidade fazer compreender o saber transmitido.
      3)      Enunciados que marcam as articulações do discurso: anunciar o que vai ser dito; resumir o que se disse; antecipar o que vai ser dito, através de títulos, subtítulos, numerações, etc., focalizar o que é dito através de sublinhados e de mudanças tipográficas.

Os discursos de manuais (usados nas escolas) têm a ver com saberes científicos de base de uma disciplina, escritos por autores que não são, grosso modo, pesquisadores; jogam, sim, um papel de intermediários (Beacco, 1990 cit por VUNGUIRE, s/d). Este facto leva o autor da compilação a usar estratégias que ajudarão o estudante a compreender o texto.

1.2. Estratégias discursivas

O texto expositivo/explicativo é um discurso de verdade, a sua objectividade manifesta-se através de formas linguísticas próprias. Ele é emitido por um locutor ao qual não são contestados nem o poder nem o saber. Quando se põe em causa esta autoridade, entra-se no domínio da polémica, perdendo, assim o estatuto de texto de explicação. É objectivo e isento de ataques.

A análise do tipo de discurso mostra a existência de uma diversidade de modos de comunicação:
  •     Emprego da passiva;
  •     Nominalizações;
  •     Apagamento do sujeito falante;
  •     Emprego de um presente com valor genérico;
  •     Uso de expressões que explicam os conteúdos veiculados;
  •     Articuladores.

1.3. Expressão oral

Uma das características do texto expositivo/explicativo consiste na abstracção do sujeito entanto que membro duma sociedade determinada; deve neutralizar tudo o que se possa resultar de uma apreciação pessoal, subjectiva. O discurso expositivo deverá, por isso, fazer desaparecer do enunciado toda a referência a um caso particular, a um momento determinado e situar-se no universal. A forma passiva é um mecanismo para tornar impessoal o discurso científico; ela é usada como uma estratégia de objectividade, de afastamento do sujeito enunciador do seu discurso (VUNGUIRE, s/d).

2. Textos funcionais/profissionais

Segundo VUNGUIRE (s/d) os textos funcionais/profissionais são aqueles que se destinam a ajudar o leitor a realizar uma tarefa. Eles são chamados funcionais, pois ajudam a executar uma função satisfatoriamente. Os textos funcionais são muito comuns no nosso dia-a-dia. Esse tipo de texto não serve apenas para dar instruções, mas também oferece indicações, conselhos e recomendações que facilitam o desempenho de uma pessoa.

2.1. Sumário

Segundo VUNGUIRE (s/d) o sumário é uma enumeração das divisões principais e dos artigos contidos numa publicação periódica, num livro, num relatório ou documento análogo, seguindo a ordem do texto. Apresenta o conteúdo sob forma de plano: deve manifestar não apenas as etapas de estudo, mas também o sentido, manifestando a sua coerência desde o título até à conclusão.

Um livro deve incluir os seguintes elementos: plano, desenvolvimento, principais divisões e sua paginação.
O sumário tem uma dupla função:
Permite ao leitor orientar-se na leitura do texto ou ler apenas a parte que lhe interessa – trata-se de um ponto de vista prático. Permite, ainda, apreender a globalidade do tema ou as propostas avançadas e o modo adoptado para a sua apresentação – é o plano que se encontra aqui em questão (p. 72).

2.1.1. Qualidade essencial do sumário

Segundo o autor (idem) é importante que um sumário veicule uma problemática, mostre as questões e esboce as respostas, quer dizer, que nas entrelinhas contenha um raciocínio original.

2.1.2. O sumário de uma aula

O sumário é um texto curto, por definição, e tem por objectivo relatar as actividades de uma aula (estamos a tratar do sumário da aula). Este tipo de texto deve relatar fiel e fidedignamente as várias etapas que compõem uma aula. É, com efeito, um texto objectivante. (objectivante na medida em que não é possível ser-se completamente objectivo, sendo por este motivo, que não nos autorizamos a usar o termo objectivo).

Sendo o relato de actividades de uma aula passada/efectivada, ele deverá ser redigido no fim desta (e não no princípio da aula, como muitos dos professores erradamente o fazem, confundindo, tema (tópico) da aula com o sumário) (idem, p. 72).

3.1.3. Técnicas de elaboração do sumário

Em termos de elaboração do sumário, VUNGUIRE (s/d) é de opinião de que o sumário da aula é um texto de construção colectiva. Todos os participantes/intervenientes da aula devem participar da sua elaboração.

Portanto, é necessário que seja abandonado a prática de aulas centralizadas no professor. O aluno deve participar activamente em todas as etapas da aula, ou seja, na sua construção. O aluno pode, e muito bem, saber dizer o que foi tratado numa aula em que dela fez parte, pois é errado julgar que ele é um objecto que se limita a ouvir, copiar e escrever o que o professor dita. O aluno não é uma tábua rasa, ou um simples receptáculo passivo dos conteúdos da aprendizagem.

3.2. Relatório

Na perspectiva de VUNGUIRE (s/d) um relatório é uma exposição escrita de um determinado trabalho ou experiência laboratorial. Não é apenas uma descrição do modo de proceder (técnicas, reagentes, material, etc.).

Segundo REI (1990:183) o relatório trata-se de uma declaração formal dos resultados de uma investigação feita por alguém, que em relação a ela recebeu instruções de um outro, sob forma de pedido ou ordem. Exige estudo prévio, e aprofundado, elevado grau de elaboração, e matéria para apreciação e decisões posteriores.

3.2.1. Características do relatório

Para VUNGUIRE (s/d) o Relatório apresenta como características:
  •  Uma linguagem simples, clara, objectiva e precisa;
  •   A clareza do raciocínio;
  •  Um relatório deverá ser conciso e coerente, incluindo a informação indispensável à compreensão do trabalho;
  •   Todas as afirmações devem ser baseadas em provas factuais e não em opiniões não fundamentadas;
  •   Deve evitar o excesso de conclusões, sendo estas precisas e sintéticas. As conclusões devem, igualmente, ser coerentes com a discussão dos resultados.

2.2.2. Estrutura de um relatório

A apresentação de um relatório em várias secções ajuda à sua organização e escrita por parte dos autores e, de igual modo, permite ao leitor encontrar mais facilmente a informação que procura.
  •   Título, autor (es) e data (capa)

Identificação do trabalho (título), Identificação dos autores, Data em que o relatório foi realizado.
  •    Índice:
  •    Introdução

Nesta parte do relatório deve ser introduzido o trabalho a realizar, bem como as noções teóricas que servem de base ao mesmo. A introdução deve conter a informação essencial à compreensão do trabalho.
  •    O Projecto do Estudo

Em primeiro lugar, trará ao aluno de executar um dos projectos de pesquisa apresentando os conhecimentos necessários para a compreensão dos fenómenos que serão estudados.
  •    Material e Métodos (Revisão teórica)

A revisão bibliográfica é, sem dúvida, um dos pontos vitais de um trabalho científico, deve trazer informações que possam ser acessadas pelos leitores, através da citação, das referências bibliográficas.
  •    Discussão dos Resultados

Interpretação dos resultados. A discussão dos resultados deve comparar os resultados obtidos face ao objectivo pretendido. Não se deve tirar hipóteses especulativas que não possam ser fundamentadas nos resultados obtidos. A discussão constitui uma das partes mais importantes do relatório, uma vez que é nela (e não na introdução) que os autores evidenciam todos os conhecimentos adquiridos, através da profundidade com que discutem os resultados obtidos (p.102-3).
  •    Conclusões

Esta parte do relatório deve sumarizar as principais conclusões obtidas no decurso do trabalho realizado.
  •    Referências bibliográficas

A bibliografia deve figurar no fim do relatório. Nela devem ser apresentadas todas as referências mencionadas no texto, que podem ser livros, artigos científicos, CD-ROM e sítios de internet consultados.
Como forma de síntese, importa referir que o relatório é uma declaração formal dos resultados de uma investigação feita por alguém, que em relação a ela recebeu instruções de um outro, sob forma de pedido ou ordem.

2.3. Circular

Segundo GONÇALVES (2009) Circular é o tipo de texto que se enquadra na redacção técnica. Utilizada na vida académica e profissional, ela serve para dar informações, avisar, transmitir, dar ordens e padronizar regras.

3.3.1. Características da circular

Pelo facto de ser um documento interno, porque é destinado a um determinado órgão ou empresa, ela comunica várias pessoas ao mesmo tempo através do mesmo documento.
Segue a linguagem formal e, pelo facto de apresentar o teor de um documento, sua estrutura requer cuidados específicos. Esses cuidados diferem daqueles que são observados na escrita da redacção literária.
Uma das suas principais características é a objectividade na escrita. Em termos técnicos elas são numeradas e, conforme a necessidade, podem conter as iniciais do responsável pela sua redacção, bem como pela sua digitação.

2.3.2. Estrutura da Circular

Para GONÇALVES (2009) a circular deve obedecer a seguinte estrutura:
   1)      Cabeçalho: identificação do órgão emitente;
   2)      Local e data;
   3)      Número da circular: número sequencial separado por barra do ano da sua emissão;
   4)      Vocativo: Invocação das pessoas a quem se destina o documento;
   5)      Mensagem: comunicação formal feita de forma sucinta e de compreensão fácil;
    6)      Despedida: feita de forma simples;
    7)      Identificação e assinatura do emitente.


2.4. Convocatória

De acordo com VUNGUIRE (s/d) a convocatória é um documento que chama sócios para reunir, elaborado por quem tem poderes institucionais para o fazer. Normalmente, é dada a conhecer por aviso postal para cada participante, com antecedência considerada necessária – nas associações é de oito dias.
Trata-se de um texto de utilidade pública, feito no contexto da realização de uma reunião. Estruturalmente comporta três partes essenciais, sendo:
  • O cabeçalho (onde se encontra identificada o tipo de documento, a instituição e a entidade emissora da convocatória);
  • O corpo (onde se encontra inserido o texto principal.

Neste, é devidamente indicado o local, a data, a hora da reunião, a respectiva ordem de trabalhos; o assunto ou os assuntos a serem tratados na reunião; o tipo de sessão ou reunião – ordinária ou extraordinária; e
  •    O fecho (a data em que ela é feita, a entidade responsável pela emissão da convocatória e finalmente a assinatura desta mesma pessoa).

2.4.1. Técnicas de elaboração da convocatória

VUNGUIRE (s/d) diz que em princípio, não há uma técnica propriamente dita para elaboração da convocatória, mas há, obviamente, elementos a ter em conta antes da sua elaboração, nomeadamente:

    a) Deve conter uma agenda (pontos a serem discutidas na reunião prevista);

  b) A convocatória é endereçada a um público-alvo bem definido, podendo ser: a comunidade escolar (pais e encarregados de educação, alunos em geral, professores da escola, funcionários etc.);

    c)  Deve haver a indicação do local e da data.

Em síntese, a convocatória é um documento que chama sócios, com antecedência necessária, para reunir, elaborado por quem tem poderes institucionais para o fazer. Todavia, não há uma técnica propriamente dita, mas há elementos a ter em conta antes da sua elaboração: uma agenda, um público-alvo bem definido, a indicação do local e da data da realização da reunião.

2.5.Acta

Em relação a Acta, é a reprodução de factos, decisões e opiniões reportados a assembleias, reuniões ou conselhos (VUNGUIRE, s/d).

Para o mesmo autor, a acta é o relato oficial de tudo o que se passou durante a reunião de uma instituição, departamento, secção, conselho ou grupo de trabalho. Costuma fazer-se a distinção entre projecto de acta e a acta propriamente dita, coincidindo a passagem do primeiro à segunda com o momento da sua aprovação.

Este documento é elaborado pelo secretário da reunião que tem a ingrata, difícil e a penosa tarefa de, ao longo dela, recolher os apontamentos indispensáveis à sua elaboração posterior do projecto de acta. Mais tarde, com a ajuda do presidente, em caso de necessidade, ordená-los-á e redigirá uma primeira versão. O projecto de acta é escrito no livro de actas, cujas folhas devem estar rubricadas e numeradas – as folhas, não as páginas, pois cada folha tem duas páginas – pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral, o mesmo acontecendo com os termos de abertura e de encerramento (idem, p.87-8).

A redacção deve ser simples, concisa e clara; não deve haver abreviaturas e os números tal como as datas escrevem-se por extenso; intervalos em branco, entrelinhas e rasuras são eliminados. Enquanto o projecto de acta, ou minuta, não for aprovado em Assembleia Geral, é pertença de quem o elaborou, que pode fazer as alterações que achar para a sua compreensão e fidelidade (p.88).

Portanto, na Acta são relatadas todas as intervenções dos participantes da reunião. A sua redacção obedece a uma fórmula fixa de introdução e fecho, começando-se do seguinte modo: (aos cinco dias, do mês de Junho de dois mil e vinte, nas instalações da Faculdade de Administração e Gestão, realizou-se uma reunião, que obedeceu à seguinte ordem de trabalhos/ou cuja agenda encontra-se em anexo…
Estruturalmente, a acta pode ser dividida em três partes fundamentais, nomeadamente:

   1)O cabeçalho, contendo a identificação do documento e o respectivo número de ordem;

  2) O corpo, comportando os relatos das várias etapas e intervenções dos participantes; e

    3) O Fecho, contendo a fórmula fixa do fecho e as assinaturas do presidente e do secretário da reunião.

2.5.1. Técnicas de elaboração da acta

Para VUNGUIRE (s/d) diz ainda que ao longo da elaboração da acta, há formas próprias de introdução das intervenções/falas dos participantes da reunião, como os actos de fala que a seguir alistamos:

  •    Referindo-se à questão do…ele teria dito que…
  •    Usando da palavra, a Sr.ª, Octávia, afirmou que…disse que…realçou o facto de que…
  •    Apelou aos presentes para que…
  •    Questionou o facto de…
  •    Perguntou,
  •   Disse ter ficado impressionado, chateado, escandalizado com o facto de…
  •    Amarilo disse não concordar com a posição do seu colega…
  •   Mateus Lima, chefe da turma, interveio para aclarar algumas questões que constituíam embaraço…

A acta obedece a uma fórmula fixa do fecho, que é: “não havendo mais a tratar, a reunião foi encerrada (dada por terminada), da qual foi lavrada/ (se lavrou a presente acta, que, depois de lida, será assinada pelo Presidente (ou…) e por mim que secretariei a reunião”.

NB:
  •     Os espaços em branco, na acta, devem ser trancados de forma a evitar-se acréscimos posteriores…

  •    Em caso de falha ao longo da redacção da acta, esta não deve ser rasurada nem borrada, devendo-se, nestes casos, acrescentar-se a palavra digo, logo depois da falha e colocando a palavra correcta pretendida.

2.5.2. Elementos Discursivos da Acta

Na acta é recomendável o uso da voz passiva e das formas do particípio passado (ex: “relativamente ao ponto número três, foi dito que…ficou acordado que…decidiu-se que as reuniões serão feitas…”); 

É também recomendável o uso do discurso indirecto (ele disse que…).
Uso do Pretérito perfeito, mas também das formas do imperfeito… (“ele teria dito que…”), coube a vez a Mateus Lima que interveio para questionar sobre se não haveria espaço para mais um ponto na agenda (VUNGUIRE, s/d, op. cit., p.90).

Portanto, a acta é um meio de informação da vontade colectiva; o elemento de prova e de interpretação dessa vontade; o registo da vida das instituições; depois de aprovada, é imutável e só a Assembleia pode permitir que ela seja objecto de avaliação posterior.

2.6. Requerimento

O requerimento é sempre dirigido ao responsável por um determinado sector ou serviço, deve utilizar-se um tratamento solene e adequado à entidade e um registo de língua cuidado. Por outro lado, a apresentação da situação deverá ser feita com clareza, para possibilitar uma fácil compreensão, podendo apoiar-se na legislação em vigor (VUNGUIRE, s/d).

Muitas são as situações do quotidiano em que os indivíduos são confrontados com a necessidade de requerer determinados serviços ou benefícios: anulação de matrícula, mudança de turma, consulta e reapreciação de prova, por exemplo, em contexto escolar, e pedido de autorização ou benefícios diversos, na globalidade da vida do cidadão.

2.6.1. Estrutura do requerimento

a)      Abertura – identificação da entidade a quem é dirigido, (autoridade e órgão requerido).
  •    Designação da entidade a quem é dirigido (autoridade e órgão requerido). Por norma, é recorrente escrever-se na parte superior da folha, do lado direito, o nome da entidade a quem dirigimos o nosso pedido, bem como o cargo por ela ocupado e o órgão a que pertence. É usual a utilização de fórmulas como: «Excelentíssimo Senhor», «Meritíssimo Juiz». O tratamento deve ser adequado à entidade a quem nos dirigimos.


b)     Encadeamento – elementos de identificação do requerente e motivo que esteve na origem da solicitação.
  •    Requerente (elementos de identificação) - No corpo do próprio requerimento, constam, habitualmente, os dados que permitem identificar o requerente: nome completo, profissão, morada, número de Bilhete de Identidade e/ou número de contribuinte;

  •   Motivo que esteve na origem da solicitação (pedido ou objecto do requerimento) – Seguidamente, esclarecerá a sua pretensão à entidade requerida. A situação apresentada pontuará pela clareza, para que seja fácil a quem ler o seu requerimento compreender o que pretende na realidade. O pedido pode ser fundamentado com recurso à legislação em vigor, nomeadamente com referência a diplomas, leis, decretos, portarias, etc.;

  •   Pedido de deferimento – Quando se finaliza um documento desta índole, acrescenta-se, no lado direito da folha, expressões como «pede/aguarda/espera deferimento», que significam que espera que o seu pedido seja satisfeito. Este pedido pode ser feito com recurso a abreviaturas.

c)      Fecho – local, data e assinatura do requerente.
  •    Local, data e assinatura do requerente – Para finalizar o seu requerimento, coloque o local e a data em que o mesmo foi elaborado, seguidos da sua assinatura, esta deverá ser perceptível.


NOTA: Caso haja uma minuta, preencha os dados que lhe são solicitados, podendo ou não serem exactamente estes os que lhe são pedidos.

2.6.2. Características linguísticas

Ao elaborar um requerimento, atente no tipo de discurso que utilizará:
  •    Uso de registo formal
  •    A linguagem deve ser objectiva e clara, (registo de língua cuidada); emprego da terceira pessoa do singular ou do plural;
  •   Recurso a palavras ou expressões específicas desta tipologia textual, ou seja, a manutenção de palavras como por exemplo: requerente, deferimento, requerer, solicitar, conceder, dignar-se, sito, respeitosamente, etc.
  •     Inclusão de elementos como identificação, morada, etc.

2.7. Regulamento

Segundo SILVA (2010) o regulamento é um texto normativo que engloba um conjunto de regras, normas e preceitos, destinado a regular o funcionamento de um grupo ou de uma determinada actividade.

2.7.1. Tipos de regulamento

Existem dois grandes tipos de regulamento:
- Os gerais  – que regulam a vida e a actividade associativa ou das instituições (o regulamento interno regula a actividade de uma escola, por exemplo);
Os parciais  – que regem sectores particulares (como o regulamento da mediateca da escola, por exemplo).

2.7.2. Estrutura do regulamento

A estrutura de um regulamento pode ser mais ou menos elaborada, de acordo com o tipo de regulamento e dos objectivos visados. Enquanto um regulamento geral será constituído por preâmbulo, normas gerais, competências, direitos, deveres, sanções e disposições finais, um regulamento parcial englobará, na maior parte das vezes, apenas um conjunto de disposições a cumprir (SILVA, 2010).

2.7.3. Características do discurso

De acordo com o autor anteriormente supracitado (idem), o regulamento apresenta características específicas que o distinguem de outro tipo de textos:
  •     Recorre a um registo de língua corrente e à linguagem denotativa para que seja facilmente entendido por todos, sem originar ambiguidades ou dúvidas;
  •     Privilegia, predominantemente, a utilização de verbos nos modos indicativo, conjuntivo (presente / futuro) e infinitivo;
  •     Usa a terceira pessoa;
  •     Predominam as frases de tipo declarativo;
  •    Verifica-se a presença de substantivos abstractos (relativos a atitudes e comportamentos). A adjectivação é escassa;
  •     Os regulamentos gerais contêm títulos e subtítulos para separar cada núcleo informativo;
  •    Recurso ao uso de numerais ordinais e cardinais.

2.7.4. Procedimentos usados na elaboração do regulamento

Na elaboração de um regulamento devem respeitar-se os seguintes procedimentos:

1) Para que as regras sejam coerentes e facilmente aceites devem ser discutidas e aprovadas por todos os membros do grupo (ou pelos seus representantes);
2)  Integrar os direitos e deveres dos vários membros;
3) Prever o maior número de situações que possam ocorrer, para que não se torne demasiado omisso;
4)  As regras são redigidas com clareza e objectividade, evitando ambiguidades, duplos sentidos, variações de pessoa, tempo e modo verbal que possam suscitar dúvidas no seu leitor e comprometer a correcta interpretação das regras;
5) Cada regra será formulada por parágrafo, contendo uma ideia distinta;
6)  As regras são organizadas do geral para o particular;
7) A apresentação gráfica é muito importante. Recorra à enumeração dos parágrafos, para facilitar a consulta, e à utilização de espaços em branco para dividir a informação.

2.8. Curriculum Vitae

Para SILVA (2010) o Curriculum Vitae (CV) é um documento que contém, em resumo, todos os dados da formação escolar e profissional de uma pessoa. É um texto que precisa dar ao leitor informações precisas para uma análise preliminar do candidato e desenvolver um processo de selecção eficaz.

Portanto, com o curriculum, a pessoa deverá comunicar, informar, fazer-se conhecer, despertar interesse e necessidade de que seja seleccionado. É importante destacar que o objectivo imediato do curriculum não é obter um emprego, mas uma entrevista.

2.8.1. Tipos de currículo

Cronológico: os dados são colocados cronologicamente, dos mais antigos aos mais recentes, ou invertido.

Invertido: É o oposto do cronológico. São dados mais recentes. Este tipo é o que as empresas actualmente requerem, principalmente na área profissional, portanto é o que deve-se fazer.

Funcional: relacionam-se às actividades ou funções independentes, uma das outras, separadas por um título. É o modelo mais usual e de fácil leitura, pois rapidamente selecciona os dados mais relevantes para a empresa.


3. Conclusão

Este trabalho foi de natureza bibliográfica e primeiramente abordou-se sobre os textos expositivos onde fez-se menção do texto expositivo-explicativo, e foi possível compreender que o objectivo do texto expositivo/explicativo é o de comunicar de forma clara e pormenorizada, a um leitor determinado, que se supõe detentor de um saber insatisfatório, o que deve saber de um facto, assunto ou de um problema. Um aspecto interessante é que a definição deste tipo de texto apresenta-se polémica, pois há autores que usam variada terminologia, fundamentando as suas posições. Assim, é frequente encontrar em alguns livros teóricos termos como: texto explicativo, texto expositivo, texto argumentativo, etc.

Em relação aos textos funcionais/profissionais, também fez-se uma pesquisa bibliográfica sobre o sumário, relatório, circular, convocatória, acta, requerimento, regulamento e curriculum vitae. Entretanto, importa referir que não vamos tecer conclusões sobre todos os tipos de textos escritos aqui, mas vale referir-se de alguns como a acta que o grupo de pesquisa achou ser um texto relativamente longo elaborado como consequência de uma sessão/reunião que procura fixar com toda fidelidade os aspectos essenciais de factos ocorridos na sessão. Não há possibilidade de o texto ser preenchido em impresso/formulário previamente instituído (manuscrito ou impresso). No caso da convocatória é um texto de chamada de atenção, dirigido geralmente a varias pessoas, produzido por um emissor ou entidade, investido de competências e poder, que convida ou manda comparecer para algo.
Interessante, o grupo notou que a acta assemelha-se da convocatória na sua estrutura, visto que ambos possuem a introdução, desenvolvimento e conclusão. Entretanto, na acta, os tempos verbais, isto é, a localização espácio-temporal reporta-se sempre a factos passados” teve lugar, realizou-se, decorreu”, enquanto na convocatória usa-se a 1ª pessoa do singular “convoco” e também a 2ª pessoa do plural “convocam-se”. Quanto às formas verbais, na Acta predomina a 3ª pessoa do singular/plural, representativa ou não duma colectividade.



4. Referências bibliográficas

GONÇALVES, Sara et al., Convocatórias Actas & Relatórios, ESG-De Paços De Ferreira 2009
LAVAREDA, Lina et al., Guia Prático de Construção de Textos, Edições Sebenta, 2004.
SILVA, Pedro et al., Expressões, Porto Editora, 2010.
VUNGUIRE, Geraldo Fernando. Técnicas de Expressão em Língua Portuguesa. Manual de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa. Código: A0001. Módulo único (24 Unidades). Universidade Católica de Moçambique, Beira, s/d.

5. Anexos


5.1. Modelo de Relatório

Escola Primária Completa Polana Caniço A
Relatório do decurso das actividades desenvolvidas, durante o 1º trimestre do ano lectivo de 2019.
A Escola de Primária Completa Polana Caniço A iniciou o ano lectivo de 2019 no dia 21 de Janeiro de 2019, conforme o previsto na instrução ministerial. Foram matriculados mil quatrocentos e noventa alunos, distribuídos em sete classes.
Do total dos alunos inscritos, catorze não chegaram ao fim do trimestre por motivos diversos, oito anularam a matrícula por razões de saúde, dois perderam direito à frequência, três foram transferidos e um não chegou a se apresentar na escola.
            O aproveitamento pedagógico referente a este período é positivo, sendo 70% na 1ª classe, 75% na 2ª classe, 73% na 3ª classe, 80% na 4ª classe, 90% na 5ª e 65% na 6ª classe 70% na 7ª classe, o que corresponde a 74,4% a nível da escola.
            Quanto a assiduidade há problema de os alunos que não justificam as faltas, o que fez com que houvesse casos de alunos que perderam o direito à frequência. E de referir que a maioria das faltas são cometidas durante a 1ª aula devido aos atrasos dos alunos.
            Quanto aos aulas, decorreram sem grandes dificuldades ao longo do 1º trimestre, embora tenham chegado tardiamente os professores de Português e Educação Estética, pois chegaram duas semanas depois do início das aulas. Ambos eram da 7ª classe.
            Quanto ao professor de Matemática da 6ª classe, é quem cometeu mais faltas devido ao atraso no 1º tempo lectivo, pelo facto de estar a morar longe da escola, no bairro de Khongolote.
            Os livros de distribuição gratuita chegaram a tempo, os de Ciências Naturais da 4ª classe não foram em número suficiente. Outros materiais como giz e apagadores têm sido fornecidos com regularidades da escola.
            Futuramente, seria necessário afectarem-se professores um pouco antes do início do ano lectivo, para evitar que as aulas comecem com atraso em algumas disciplinas. Também seria necessário observar-se o local de residência dos professores a afectar nas escolas para se evitar o atraso sistemático.
Maputo, Junho de 2019, Mateus Lima

5.2. Modelo da Circular
Departamento de Administração e Gestão
Maputo, 06 de Junho de 2020.
Circular n.º 18/2020
Caros estudantes,
Informo que está autorizado o seguinte plano de concessão de descontos das mensalidades para o mês de agosto:
  •    Pagamento da mensalidade em dinheiro físico usufrui-se de 15% de desconto.
  •    Pagamento da mensalidade até dia 15 de agosto usufrui-se de 10% de desconto.
  •    Pagamento da mensalidade até dia 31 de agosto usufrui-se de 5% de desconto.

Sendo o que me cumpre informar de momento, coloco-me à disposição para qualquer eventual dúvida.
Atenciosamente,
Chefe do Departamento
5.3. MODELO DE CONVOCATÓRIA

Convocatória
A direcção do Instituto Superior de Gestão, Comércio e Finanças, Delegação de Maputo-cidade, convoca a todos os estudantes do 1º Ano do curso de Direito, a participarem na reunião a ter lugar no próximo dia 10 Junho do ano em curso pelas 10 horas e 30 minutos na sede do Instituto Superior de Gestão, Comércio e Finanças, com seguinte agenda:
1.      Leitura dos documentos normativos.
2.      Estudo do Regulamento interno do Instituto Superior de Gestão, Comércio e Finanças.

O Director (a)
Mateus Lima
             Maputo, 06 de Junho de 2020.

5.4. Modelo da Acta

Exemplo de uma Acta da reunião da turma
Aos oito dias do mês de Junho de dois mil e vinte, na sala quatro, da Escola Primária Completa Polana Caniço A, da cidade de Maputo, pelas oito horas, realizou-se uma reunião da turma B da sétima classe, com o objectivo de discutir os problemas relativos ao património escola.
Estiveram presentes na reunião os pais/encarregados de educação, o director da turma, o chefe da turma e todos os alunos da turma.

A reunião foi orientada pelo director da turma que manifestou a sua preocupação pela degradação do património escolar nomeadamente: vidros partidos, carteiras estragadas, salas sem portas nem janelas, casas de banho mal usadas, paredes riscadas e quadros picotados.
Face aos problemas apresentados, o pai turma, usando da palavra sugeriu a criação de um fundo para: a contratação de um guarda, a reposição ou reparação dos móveis, imóveis e para a manutenção da escola.
Todos os presentes acolheram a sugestão e foi eleita uma comissão para colectar e gerir os fundos junto dos encarregados de educação.
E não havendo mais nada a tratar o director da turma declarou encerrada a reunião da qual eu Neila Samuel, lavrei a presente acta que depois de lida em voz alta e aprovada pelos presentes, será assinada por mi e pelo director da turma.
O Director/a de Turma                      O Secretário/a                                                                
                                                                                                                          
 5.5. Modelo de Requerimento

EXMO SENHOR ADMINISTRADOR DO DISTRITO DE PEBANE
PEBANE

Mateus Júlio Lima, filho de Júlio Lima e Rosa Curace Companhia, nascido aos 05 de Abril de 1989, natural de Pebane, Distrito de Pebane, Província da Zambézia, Solteiro, Portador do Bilhete de Identidade nº 041100752535N, emitido pelo Arquivo de Identificação Civil da Cidade de Maputo, aos 06 de Junho de 2019, formado pelo Instituto de Psicologia em Psicopedagogia e Metodologias de Ensino e Técnico Médio em Informática, na Especialidade de Analista/Programador de Aplicações, vem mui respeitosamente requerer à V/excia se digne autorizar a sua candidatura a vaga de DN3, segundo o concurso afixado na vitrina do Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia de Pebane pelo que:


Pede Deferimento
Pebane, aos 06 de Junho de 2020
_____________________________________
Mateus Júlio Lima

5.6. Modelo de Regulamento


5.7. Modelo de Curriculum vitae
Curriculum Vitae
Neila Samuel
1. Informação Pessoal
Apelido:                                 Samuel
Nome Completo:                    Neila Samuel
Data de Nascimento:             05 de Abril de 1999
Morada:                                  Av. Vladimir Lenine, Bairro Polana Caniço B, Cidade de Maputo
Naturalidade:                         Maputo Cidade
Nacionalidade:                       Moçambicana
Estado Civil:                          Solteira
Filiação:                                  Samuel João e Rosa Alfredo
Bilhete de Identificação nº:   041100752535N
Data e Local de Emissão:      09 de Abril de 2019 – Cidade de Maputo
2. Formação Académica
2016 Concluiu a licenciatura em Direito no Instituto Superior de Gestão, Comércio e Finanças, cidade de Maputo
2015 Concluiu o Ensino Técnico Médio de Informática na qualidade de Analista / Programador de Sistemas de Informação no Centro de Desenvolvimento de Sistemas de Informação de Finanças – CEDSIF – Cidade de Maputo
2011    Concluiu a 12ª Classe na Escola Secundária Francisco Manyanga – cidade de Maputo
3. Línguas
Idioma            Expressão      Leitura           Escrita            Compreensão
Português        Excelente        Excelente        Excelente        Excelente
Inglês              Razoável         Excelente        Excelente        Razoável
Changana        Razoável         Razoável         Razoável         Razoável
4. Contacto Telefónico

Telefones móveis: +258 849 305 363 (Pessoal)

3 Comentários:

Às sábado, 30 outubro, 2021 , Blogger Unknown disse...

Boa noite ,o trabalho ta muito claro ,ta de parabens me ajudou bastante.

 
Às segunda-feira, 27 fevereiro, 2023 , Blogger Unknown disse...

Parabens pelo resumo ajudou bastante

 
Às quarta-feira, 18 outubro, 2023 , Anonymous Anónimo disse...

Saudações. Tem os meus parabéns. Ajudou. Obrigado.

 

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