sábado, 27 de maio de 2017

A Grécia antiga: A Educação em Espart

O regime escolar em Esparta
Nos primórdios, os Gregos eram pessoas que se vangloriam em educar melhor a juventude. Quando as crianças nascessem eram enviadas para estudar nas escolas públicas para poderem aprender as primeiras noções de comunicação linguística, da música e os exercícios físicos. As crianças tinham que estar sempre calçadas de sapato o que fazia com que seus pés ficassem enfraquecidos por não habituar andar a pé e mudavam de vestidos em todas as estacoes do ano.

A visão que os gregos tinham do mundo os distinguia de todos os demais povos do mundo antigo. Os gregos colocaram a razão acima dos seus mitos e a utilizaram como instrumento a serviço do próprio homem. Os gregos glorificavam o homem como o ser mais importante do universo (LOBATO, 2001).
As crianças que eram consideradas fracas ou que não faziam aquilo que se planeava, eram punidas severamente. Havia um grupo de adolescentes que castigavam aquelas crianças que mereciam ser castigadas, tais crianças obedeciam a estes adolescentes.
Proibia-se que as crianças calçassem sapatos pois pensavam que andando descalços, as crianças seriam mais activistas nas corridas, mais aptas para saltar, pensavam que as crianças andando sem sapatos estariam sujeitas a se defender dos obstáculos, pensavam que elas seriam capazes de escalar montes escarpados e que poderiam descer mais rápidos (AMADO, 2007).

As roupas usadas pelas crianças dizia-se que era para se defender do frio e do calor e ficarem ainda mais fortes. No momento das refeições, haviam regras na qual, as crianças não podiam sobrecarregar o seu estômago e não podiam comer mais do que o normal, isto é, ninguém podia ir além do seu apetite normal (AMADO, 2007).

Licurgo, que era o chefe, dizia que homens assim educados poderiam suportar mais facilmente a fome na guerra, poderiam viver com moderação e poderiam ainda saber se contentar sem dificuldades com a comida mais grosseira. Licurgo fazia isso pois pensava que os alimentos que tornam os corpos das pessoas secos, nervosos contribuem mais para a beleza da pessoa e não os corpos que produzem gordura.

As crianças por sua vez podiam roubar objectos sempre que sentissem a fome. Por outro lado, as crianças eram treinadas com objectivo de torna-las mais habilidosas para saberem procurar aquilo que lhes fosse necessário e que lhes fosse apto no acto da guerra.
Poderia se dizer que Licurgo tinha um comportamento não desejável pois ele submetia ao chicote aquele que fosse apanhado a roubar, enquanto o mesmo considerava o furto como um mérito.
Ao que se sabe, em todas escolas há sempre castigos para aqueles que seguem mal os princípios ensinados. As crianças podiam roubar os pães do altar mas aquele que se deixasse apanhar era condenado e era fustigado pelos seus companheiros.
LOBATO (2001) refere que a origem dessa atitude se encontra na realidade sócio poética da Grécia, processo que se realiza entre 1200 e 800 a.C. Trata-se do período pré-Homérico que recebeu esse nome, devido ao que se conhece da interpretação das lendas contidas nos poemas; “Ilíada” e “Odisseia”, que a tradição atribui a Homero.

Características Gerais

LOBATO (2001) diz que os atenienses acreditavam que sua Cidade-Estado iria tornar-se a mais forte se cada menino desenvolvesse integralmente as suas aptidões. O governo não controlava os alunos e as escolas. Um rapaz ateniense entrava na escola aos seis anos e ficava sob os cuidados de um pedagogo que ensinava aritmética, literatura, música escrita e educação física; o aluno decorava muitos poemas e aprendia a fazer parte dos cortejos públicos e religiosos.

2.2. A educação das raparigas em Esparta

As meninas não recebiam qualquer educação formal, mas aprendiam os ofícios domésticos e os trabalhos manuais com as mães. O principal objectivo da educação grega era preparar o menino para ser um bom cidadão. Para (LOBATO, 2001) as raparigas deviam se fortalecer, exercitando-se na corrida, na luta, a lançar o disco e o dardo, a fim de que os filhos que elas viessem a conceber ganhassem fortes raízes em corpos robustos, para lutar com mais vigor, e que elas próprias, olhando o parto sem receio, resistissem com mais coragem e facilidade às dores.
Os gregos antigos não contavam com uma educação técnica para preparar os estudantes para uma profissão ou negócio.

2.3. A Aretê (Virtude)

A evolução do conceito de aretê (traduzido, vulgarmente, por virtude) desde que, esse conceito parece como primeiro ideal educativo formulado pelos gregos. É em Homero[1] e nos chamados poemas homéricos, a Ilíada e a Odisseia, que tal ideal educativo aparece originalmente formulado. Aquiles encarna a aretê, é na sua figura que se caracteriza esse ideal. Além de guerreiro valoroso, valente, corajoso e honrado, Aquiles é o protótipo do perfeito cavalheiro da época homérica (cortês, cavalheiro e de boas maneiras) (LOBATO, 2001).

Nessa época a aretê era entendida como superioridade, nobreza e um conjunto de qualidades físicas, espirituais e morais tais como: a bravura, a coragem, a força e a destreza do guerreiro, a eloquência e a persuasão, e, acima de tudo, a heroicidade.

Os primeiros educadores do mundo grego são os poetas, que surgem não apenas como educadores da sua época, mas, porque a sua influência durou para além do seu tempo, como educadores de toda a Grécia. Homero é o mais influente de todo o mundo antigo. Ser culto na Antiguidade era saber Homero de cor e ser capaz de o citar em qualquer ocasião (idem, LOBATO, 2001).
Já no final da época arcaica, não bastava cobrir-se de honra e glória, como nos tempos homéricos, mas pretendia-se alcançar a excelência tanto no plano físico como no plano moral. Tal ideal exprime-se pela palavra Kalokagathia: beleza e bondade são os atributos que o homem deve procurar realizar.

Assim, o homem forma-se segundo um crescente domínio de si, pela libertação dos seus instintos, desejos e paixões, que devem ficar submetidos à razão. Para alcançar tal ideal propõe a ginástica, para desenvolver o corpo, e a música, com a leitura e o canto das obras dos grandes poetas, para o espírito. Esse programa educativo tratava de desenvolver no homem a qualidade da temperança e que implicava um perfeito domínio de si, aliado a sabedoria.

Portanto, esse era um ideal de sabedoria, pelo domínio dos instintos, desejos e apetites pela razão, um ideal de equilíbrio e harmonia. O programa de estudos era constituído pela ginástica, ensinado nos ginásios, sendo o “pedotriba” ou “paidotriba” o mestre de educação física, e pela música que ensina as crianças a tocar cítara, para se acompanharem enquanto cantam as obras dos grandes poetas, sendo o mestre o citarista. Nesta altura, o citarista ensina ainda a ler e escrever, porque para cantar os poetas é preciso saber ler as suas obras. Já no fim da época arcaica, surgiu a figura do didáscalo (gramático) o mestre que ensinava a ler, escrever e alguns rudimentos de cálculo (idem, LOBATO, 2001).

Neste tempo aparece a figura do pedagogo, ou melhor, do escravo como era designado naquele tempo que acompanhava o menino à escola e que vigiava o seu comportamento moral.
Para tal, Platão dá-nos um retracto fiel desta educação tradicional e, apesar de ser longo, acreditamos que vale a pena transcrevê-lo para que possa nos ajudar a compreender isso:

Logo que a criança começa a compreender o que lhe dizem, a ama, a mãe, o pedagogo e até o próprio pai se esforçam por que ela se torne a mais perfeita possível. A cada acção ou palavra lhe ensinam ou apontam o que é justo e o que não é, que isto é belo e aquilo vergonhoso, que uma coisa é piedosa, e outra ímpia, e 'faz isto', 'não faças aquilo'. E, ou ela obedece de boa mente, ou então, corrigem-na com ameaças, como se fosse um pau torto e recurvo. Depois, mandam-na à escola, com a recomendação de se cuidar mais da educação das crianças que do aprendizado das letras e da cítara. Os mestres empenham-se nisso, e, depois de elas aprenderem as letras e serem capazes de compreender o que se escreve, (...) põem-nas a ler nas bancadas as obras dos grandes poetas, e obrigam-nas a decorar esses poemas, nos quais se encontram muitas exortações e também muitos (...) elogios e encómios da valentia dos antigos, a fim de que a criança se encha de emulação, os imite e se esforce por ser igual a eles. (...) Depois de saberem tocar, aprendem as obras dos grandes poetas líricos. Assim, obrigam os ritmos e harmonias a penetrar na alma das crianças, de molde a civilizá-las, e, tornando-as mais sensíveis ao ritmo e à harmonia, adestram-nas na palavra e na acção. Toda a vida humana carece de ritmo e de harmonia, ainda se mandam as crianças ao pedotriba, a fim de possuírem melhores condições físicas, para poderem servir a um espírito são, e não serem forçadas à cobardia, por fraqueza corpórea, quer na guerra, quer noutras actividades. Assim fazem os que têm mais posses. Os filhos desses começam a ir a escola de mais tenra idade, e saem de lá mais tarde. Depois de estarem livres da escola, o Estado, por sua vez, obriga-os a aprender as leis e a viver de acordo com elas. Tal como o mestre-escola que, para os que não sabem escrever, traça as letras com o estilete e lhes entrega a tabuinha e os força a desenhar o traçado dos caracteres, assim também a cidade, depois de ter delineado as leis, criadas pelos bons e antigos legisladores, os força a mandar e a serem mandados de acordo com elas. (...) Perante tais cuidados com a virtude (aretê) particular e pública, ainda te admiras, ó Sócrates, e põe objecções à possibilidade de a virtude se ensinar? (PLATÃO, 325 - 326 citado por PEREIRA, 1971:397).

Porém, precisamos entender que este ideal educativo não ficava restrito à escola; a cidade continuava educando nas reuniões políticas, administrativas e jurídicas, nos jogos, nas artes, na arquitectura e nas representações dramáticas. Em nenhum lugar da Grécia o teatro era só para privilegiados, era a escola de todos os cidadãos.


A educação grega tinha duas finalidades: o desenvolvimento do cidadão fiel ao Estado e a formação do homem que adquiriu plena harmonia e domínio de si.
Porém a educação grega também tinha uma finalidade cívica, ou seja, a educação é uma preparação para a cidadania. Para eles, o habitante da polis só é o que é porque vive na cidade e sem ela não é nada.

Sendo assim, entendemos que fica evidente que o homem é um animal político e como falou Aristóteles, o que difere o homem dos outros animais é sua qualidade de cidadão e habitante da polis. Essa consciência da cidadania faz sentir a necessidade de uma nova educação, pois a antiga, composta somente por ginástica e música, já não servia para a formação do cidadão e nem correspondia às novas exigências sociais e políticas.

2.5. O surgimento dos Sofistas

A forma democrática da organização do Estado Ateniense exigia a participação de todos os cidadãos, ou seja, homens livres e para que esses cidadãos participassem, era necessário ter eloquência e uma boa formação oratória.
Neste contexto surgiam os sofistas, uma nova estirpe de educadores que se apresentam como professores e que oferecem, a troco de dinheiro, o ensino da virtude e da aretê política. Assim, os sofistas transformaram a educação em uma arte ou técnica, na qual eles são mestres e capazes de ensinarem aos seus alunos.

Estava incluído neste tipo de educação, a formação de homens do Estado e dirigentes da vida pública. E para que esses homens atingissem êxito político, eles precisavam falar bem, construir discursos persuasivos e ter bons argumentos que justificassem suas posições. Era preciso dominar a arte sofística da oratória, da retórica e da dialéctica. Como dizíamos anteriormente, tinham que ser homens que tivessem eloquência e uma boa formação oratória.
Seja qual for o profissional com quem entre em competição, o orador conseguirá que o prefiram a qualquer outro, porque não há matéria sobre a qual um orador não fale, diante da multidão, de maneira mais persuasiva do que qualquer outro profissional. Tal é a qualidade e a força desta arte que é a retórica. (PLATÃO consultado no dia 17/04/2017 às 13:20min; Cf. in: www.ahistoria.com.br)
Por essa razão, os sofistas foram acusados de ensinar uma educação imoral e que corrompia a juventude, posto que, esta educação dos sofistas desconsiderava os valores tradicionais: verdade, justiça, virtude, rectidão, etc. Pois para os sofistas não importava que a ideia que eles estivessem defendendo estivesse errada, o que importava era convencer pela oratória.

2.6. A Paidéia - O Ideal da Educação Grega

Durante os séculos V e VI a. C a cultura grega, impulsionada pelas transformações sociais e económicas, sofre mudanças. Surgem novos grupos sociais ligados ao comércio, estes reclamam uma maior participação na vida política da Grécia. Ao lado disso, surge uma cultura mais crítica em relação ao saber religioso e mítico, que exalta a razão pessoal de cada indivíduo e é capaz de submeter à análise qualquer crença ou tradição.
Para transmitir essa nova cultura, nasce um novo ideal de educação na Grécia, conhecido como Paidéia[3], que busca a formação do homem em suas várias esferas (social, política, cultural e educativa), ou seja, é uma educação mais antropológica e que considera o homem como um ser racional. Essa educação atribui ao homem, sobretudo, uma identidade cultural e histórica.
Nasce portanto a pedagogia como saber autónomo, sistemático e rigoroso; nasce o pensamento da educação como Episteme; e não mais como ethose como práxis apenas.

Uma educação pública, retirada da família e do santuário, que visa à formação do cidadão e das suas virtudes (persuasão e capacidade de liderança, sobretudo). É uma educação que se liga à palavra e À escrita e tende à formação do homem como orador, marcado pelo princípio do Kalogathos (do belo e do bom) e que visa cultivar os aspectos mais próprios do humano em cada indivíduo, elevando-o a uma condição de excelência, que todavia não se possui por natureza, mas se adquire pelo estudo e pelo empenho (CAMBI, 1999:86).

O termo Paidéia não pode ser traduzido simplesmente como educação, significa muito mais que isso, significa também cultura, instrução e formação do homem grego. Este termo começou a ser utilizado no séc. IV a.C. e nesta época significava apenas a criação dos meninos. Mas, o seu significado se alargou e passou a designar também o conteúdo e o produto dessa educação. Foi nesse momento que os gregos deram o nome de Paidéia a toda a sua tradição.

Portanto, a Paidéia, é a busca do conhecimento do homem, de forma individual, para que este possa interferir na organização política e social da Pólis, a ideia principal é colocar o homem a par de todo o conhecimento necessário para a harmonia consigo próprio e com a comunidade ao seu redor.

2.7. A Educação no Período Helenístico

No final do século IV a.C., inicia a decadência das Cidades-Estados gregas e a cultura helénica se mistura com as das civilizações que dominam a Grécia. Desta maneira, a antiga Paidéia torna-se enciclopédia, ou seja, “educação geral” que consistia na formação do homem culto diminuindo ainda mais o aspecto físico e estético. Neste período cresce o papel do pedagogo com a criação do ensino privado e o desenvolvimento da escrita, leitura e o cálculo.
Inúmeras escolas se espalham nesse momento e da união de algumas delas (Academia e Liceu) é formada a Universidade de Atenas, lugar de importante desenvolvimento intelectual que dura inclusive até o período de dominação romana.

2.8. Período Clássico (Século V a.C.)

Nesse período, Atenas havia se tornado o centro da vida social, política e cultural da Grécia, em virtude do crescimento das cidades, do comércio, do artesanato e das artes militares. Atenas vivia seu momento de maior florescimento da democracia. A democracia grega possuía duas características de grande importância para o futuro da filosofia.

Em primeiro lugar, a democracia afirmava a igualdade de todos os homens adultos perante as leis e o direito de todos de participar directamente do governo da cidade, da polis. Em segundo lugar, e como consequência, a democracia, sendo directa e não por eleição de representantes no governo, garantia a todos a participação no governo e os que dele participavam tinham direito de exprimir, discutir e defender em público suas opiniões sobre as decisões que a cidade deveria tomar. Surgia assim, a figura do cidadão (CHAUÍ, 1995:36 citado por LOBATO, 2001).

O indivíduo somente se torna cidadão quando exerce seus direitos de opinar, discutir, deliberar e votar nas assembleias. Dessa forma, o novo ideal de educação é a formação do bom orador, ou seja, aquele que saiba falar em público e persuadir os outros na política.
Para dar esse tipo de educação aos jovens, surgem os sofistas que foram os primeiros filósofos do Período. 
Os sofistas[4] não tinham uma origem bem definida, eles surgiram de várias partes do mundo.
Os sofistas contribuíram muito para a sistematização da educação. Eles se julgavam sábios e possuidores da sabedoria. Eles ensinavam a retórica, que é a arte da persuasão, mas, vale ressaltar que não ensinavam de graça, os sofistas cobravam por seus ensinamentos. E por cobrarem e se julgarem possuidores da sabedoria, foram bastante criticados por Sócrates[5] e seus seguidores. Para combater os sofistas, Sócrates desenvolve dois métodos que são bastante conhecidos até os dias de hoje: a ironia e a maiêutica[6].

O primeiro consiste em questionar o ouvinte à respeito do que ele considera como verdade e tentar fazer o ouvinte entender que ele realmente não sabe tudo. Depois que o ouvinte se convencia disto, Sócrates passava a utilizar o segundo método que é a maiêutica, que significa dar luz às ideias. Nesse momento o ouvinte consciente de que não sabe tudo busca saber mais, buscando respostas por si próprio.

2.9. A Pedagogia Grega – Os Períodos da Filosofia

Segundo (LOBATO, 2001) diz que o termo pedagogia é de origem grega e deriva da palavra “paidagogos”, nome que era dado aos escravos que conduziam as crianças à escola. Somente com o tempo, esse termo passou a ser utilizado para designar as reflexões que estivesses relacionadas à educação.
A Grécia clássica pode ser considerada o berço da pedagogia, até porque é justamente na Grécia que tem início a primeira reflexão acerca da acção pedagógica. Essas reflexões vão influenciar por séculos a educação e a cultura do ocidente.
Os povos orientais acreditavam que a origem da educação era divina, o conhecimento deles se resumia aos seus próprios costumes e crenças. Tudo isso impedia uma reflexão mais profunda sobre a educação, pois, esta era fruto de uma organização social teocrática (idem).
Contudo, na Grécia Clássica, a razão se sobrepõe ao conhecimento puramente religioso e místico. Nesta época a concepção dos gregos de educação se resume à inteligência crítica e à liberdade de pensamento do homem.

O nascimento da filosofia grega foi um factor de grande importância para o desenvolvimento de uma nova concepção de educação da Grécia.
Os períodos em que a filosofia grega se divide são:
Período pré-socrático (Século VII e VII a.C.); os filósofos das colónias gregas iniciam o processo de separação entre a filosofia e o pensamento mítico.

Período socrático (Séculos V e IV a.C.) Sócrates, Platão e Aristóteles. Os sofistas são contemporâneos de Sócrates e alvos de suas críticas. Isócrates também é desse período.

Período pós-socrático (Séculos III e II a.C.) época helenística, após a morte de Alexandre. Fazem parte desse período as correntes filosóficas: o estoicismo e o epicurismo.

O Período pré-socrático se inicia no final do século VI a.C., quando aparecem os primeiros filósofos nas colónias gregas da Jónia e na Magna Grécia. Esse período caracteriza-se como uma nova forma de analisar e ver a realidade (idem).

Assim, todas as antigas afirmações à respeito da natureza (phisys) são questionadas, ou seja, os filósofos passam a exigir factos que justifiquem as ideias expostas. Toda essa mudança de pensamento é de fundamental importância para o enriquecimento das reflexões pedagógicas em busca de um novo ideal de educação.

O Período Socrático (séculos V a IV a. C.) é marcado pela influência de três grandes filósofos, Sócrates, Platão e Aristóteles.
Sócrates (470 – 399 a. C) tomou como ponto de partida o princípio básico da doutrina sofista. “ O homem é a medida de todas as coisas” (CHAUÍ:37 citado por LOBATO, 2001).

Se o homem é a medida de todas as coisas é obrigação de todo homem procurar conhecer a si mesmo. Para ele, o homem deveria procurar conhecer a si mesmo. Para ele, o homem deveria procurar os elementos determinantes da finalidade da vida e da educação. Porém, a consciência individual deveria deixar de se fundamentar por simples opiniões, para poder guiar-se por ideias de valor universal.
O fim da educação, então, não era dar a informação sem base que, aliada a um verbalismo superficial e brilhante, constituía o ideal dos sofistas. Era ministrar saber ao indivíduo, pelo desenvolvimento do seu poder de pensamento. Todo indivíduo tem em si a capacidade de conhecer e apreciar tais verdades como as de fidelidade, honestidade, verdade, honra, amizade, sabedoria, virtude, ou pode adquirir essa capacidade (PILETTI, 1990:33 citado por LOBATO, 2001).

3. Conclusões

No decurso do desenvolvimento deste referencial teórico, percebemos que educação formal, propriamente dita, teve início na Grécia antiga. Com isto, percebeu-se que alguns traços característicos da cultura grega proporcionaram o desenvolvimento do ensino, como por exemplo: o descobrimento do valor humano, do homem em si, da personalidade, independentemente de toda autoridade religiosa; o reconhecimento da razão, da inteligência crítica, libertada de dogmas; a criação da vida cidadã, do Estado, da organização política. Nos nossos dias, essas características são muito notáveis pois vemos nas nossas a existência da valorização da pessoa humana e todas essas características que citamos continuam sendo metas a serem atingidas pela educação actual, quer em Moçambique quer em outros países. Com o desenvolvimento deste trabalho, esperamos ter colaborado para a efectivação de um estudo crítico e reflexivo sobre a educação grega a partir do contexto histórico-social que a influenciou e determinou sob a perspectiva de que, sendo a educação um produto humano e histórico, pudéssemos perceber a educação actual como parte do desenvolvimento histórico.

4. Referências

AMADO, Casimiro M. M. História da Pedagogia e da Educação – Guião para acompanhamento das aulas, Universidade de Évora, 2007.
CAMBI, Franco. História da Pedagogia. SP: UNESP, 1999.
LOBATO, Vivian da Silva. Revisitando a Educação na Grécia antiga: A Paidéia. Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Pedagogia. Belém, 2001.
PEREIRA, Maria Helena Rocha. Estudos de história da cultura grega. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1971.





[1] Homero é, entre todos os poetas gregos, considerado o maior e, a crer nos testemunhos, a opinião corrente ao tempo indica-o também como o educador de toda a Grécia. De fato, a tradição homérica e o ideal educativo que nela se propõe são transmitidos oralmente, de geração em geração, pelos aedos e rapsodos. Também só assim se pode compreender a afirmação. Nele, pela primeira vez, o espírito pan-helénico atingiu a unidade da consciência nacional e imprimiu o seu selo sobre toda a cultura grega posterior (JAEGER, s/d, 77 citado por LOBATO, 2001).
[2] LOBATO, 2001.
[3] A Paidéia é entendida como uma formação geral que dará ao homem a forma humana, ou seja, que o construirá como homem e como cidadão. Assim, ela significou a educação do homem de acordo com a verdadeira forma humana e que brota da ideia.
[4] Sofista significa “sábio”, “professor de sabedoria”, no sentido pejorativo passa a significar “homem que emprega sofismas”, ou seja, homem que usa de raciocínio capcioso, de má-fé com intenção de enganar.
[5] Sócrates defendia que o verdadeiro sábio é aquele que reconhece sua própria ignorância, mas os Sofistas eram pessoas que não davam conta o facto de que o homem é ignorante.
[6] Idem, LOBATO, 2001.

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial