Saúde sexual e reprodutiva
Saúde sexual e reprodutiva
Saúde sexual é a
integração dos aspectos somáticos, emocionais, intelectuais e sociais do ser
sexual, de maneira a enriquecer positivamente e a melhorar a personalidade, a
capacidade de comunicação com outras pessoas e o amor. O propósito dos cuidados
da saúde sexual deveria ser o melhoramento da vida e das relações
interpessoais, e não meramente orientação e cuidados relacionados à procriação
e doenças sexualmente transmissíveis (LOPES, BOTÃO, FÉLIX & VIEIRA, 2010:17).
A saúde reprodutiva
é definida como sendo o estado de bem-estar físico, mental e social em todos os
aspectos relacionados ao sistema reprodutivo, às suas funções e processos e não
à mera ausência de doenças ou enfermidades. A saúde reprodutiva implica que as
pessoas sejam capazes de desfrutar uma vida sexual segura e satisfatória, com
liberdade para decidir se querem ou não ter filhos(as), o número de filhos(as)
que desejam e em que momento da vida gostariam de tê-los(as) (LOPES et al., 2010:17).
Saúde sexual e saúde reprodutiva são dois conceitos
associados. A conferência internacional sobre população e desenvolvimento (CAIRO,
1994 citado por RIBEIRO, 2011:13) defende saúde reprodutiva como um direito
humano e um elemento fundamental da igualdade de género. Os delegados das
nações unidas concordaram, que a saúde reprodutiva implica um estado completo
de bem-estar físico, mental e social, assim como, uma vida sexual satisfatória
e segura. Implica a capacidade de se reproduzir e decidir, quando e com que
frequência o fazem (CAIRO, 1994 citado por RIBEIRO, 2011:13). A OMS descreve
saúde sexual como a ausência de doenças, especialmente as doenças sexualmente
transmissíveis; a ausência de coacção sexual. Tais como a violência, tal como a
violação e as demais formas de coerção sexual.
A OMS (2002 citado por RIBEIRO, 2011:13) declarou que os
problemas de saúde específico da adolescência são: a gravidez não desejada, as
ITS’s, na qual está
incluído a SIDA, o consumo de álcool, tabaco e drogas, os acidentes de viação e
os hábitos alimentares. Estes problemas, com causas multivariadas, são em
grande parte determinados pelos comportamentos e estilos de vida. Na adolescência
estes problemas de saúde tendem a aumentar, os autores destacam que é possível
prevenir muitos desses problemas, através da prevenção, devido à grande
plasticidade comportamental que caracteriza a adolescência (DIAS, 2009; SIMÕES,
2007 citado por RIBEIRO, 2011:13).
A saúde sexual e reprodutiva é uma componente essencial do
direito universal ao mais alto padrão de saúde física e mental, consagrado na
Declaração Universal dos Direitos do Homem e noutras convenções, declarações e
acordos internacionais. A saúde sexual e reprodutiva diz respeito tanto a
homens como a mulheres[1].
As normas de direitos humanos obrigam os Estados a
respeitar, proteger e concretizar o direito à saúde sexual e reprodutiva, bem
como assegurar que os cidadãos têm a oportunidade de participar activamente no
desenvolvimento de políticas de saúde e a tomar decisões individuais -
nomeadamente, determinar se e quando ter filhos, bem como proteger o direito de
todos à saúde sexual e reprodutiva, assegurando a não-violência nos relacionamentos
e proporcionar informação e educação aos mais jovens[2].
2.1. Início da vida sexual na
adolescência e relações de género
Homens e mulheres têm iniciado sua vida sexual, em grande
parte, na adolescência e de formas diferenciadas. As práticas sexuais na
juventude têm sido descritas como dinâmicas e em constantes transformações,
sendo que seus perfis podem acarretar impacto importante na vida reprodutiva
dos jovens, como, por exemplo, o aumento das taxas de fecundidade na faixa etária
dos 15 aos 19 anos de idade (BORGES & SCHOR, 2005:500). Esse aspecto pode
ser notado em Moçambique.
A primeira relação sexual é considerada um marco na vida
reprodutiva de qualquer indivíduo e tem ocorrido cada vez mais precocemente.
Ocorre precocemente porque muitos adolescentes hoje em dia querem experimentar
tudo o que ouvem.
As questões de género têm se mostrado importantes na
condução das escolhas reprodutivas de adolescentes, particularmente o momento
da primeira relação sexual e o primeiro parceiro sexual. Na maioria das vezes,
a iniciação sexual de jovens do sexo masculino ocorre mais precocemente que a
de jovens do sexo feminino (BORGES & SCHOR, idem)
Em Moçambique por exemplo, estima-se que aos 14 anos, um terço das
crianças tornam-se sexualmente activas mas o conhecimento sobre métodos de
prevenção do HIV é baixo[3].
As mulheres priorizam o sentimento de “entrega e amor” na
primeira relação sexual, ao mesmo tempo em que existe o desejo de se descobrir,
impõe-se a necessidade de se “preservar”. Em contrapartida, a experiência
sexual masculina é vista como um ganho, sustentando o poder da masculinidade[4].
É nesse momento que os rapazes após a sua primeira relação ser positiva, passam
a se achar de serem machos de verdade.
Estudo revela que jovens tendem a não usar preservativo no
início de sua vida sexual e definem esta relação como casual. Os principais
motivos alegados para a sua não utilização de modo consistente são: não gostar
de usá-los, confiar no parceiro e a imprevisibilidade das relações sexuais[5].
Ademais, na primeira relação é notório a existência de muita ingenuidade por
parte dos adolescentes pois na hora do sexo os eles não pensam direito. A idade
também é um motivo facilitador do não uso do preservativo pois pensam que os
mais jovens ainda não estão infectados por alguma doença.
Acrescenta-se também que haja uma relação entre o uso de
álcool e outras substâncias psicoactivas com comportamentos sexuais de risco na
adolescência[6].
Além disso, investigações indicam que a iniciação sexual
precoce está associada a um maior risco de contaminação por doenças sexualmente
transmissíveis (DST) e gravidez na adolescência (CARRETE et
al., 2004:38; SANDFORT et al.,
2008:98; MA et al., 2009:9 citado por
HUGO et al., 2009:2207). E a literatura
científica sugere que os factores associados à iniciação sexual dependem de
aspectos culturais.
O uso de substâncias apresenta associação significativa com
iniciação sexual precoce em países europeus e nos Estados Unidos, contudo, tal
associação é mais forte na Europa. O mesmo estudo indica que a escolaridade do
jovem também apresenta relação inversamente proporcional com a idade da
primeira relação sexual (MADKOUR et al.,
2010:47 citado por HUGO et al., 2009:2208).
Já em pesquisa realizada em países africanos, a escolaridade e o uso de álcool
apresentaram relação significativa com a iniciação sexual precoce apenas entre
as meninas, enquanto o consumo de tabaco esteve associado à iniciação sexual
precoce somente entre a população masculina (PELTZER, 2010:99 citado por HUGO et al., 2009:2208).
A elaboração de estratégias educacionais que visem à
minimização de desfechos negativos em saúde relacionados à iniciação sexual
precoce depende da identificação de características dos jovens que iniciam sua vida
sexual mais cedo.
2.2. As Diferentes formas de
expressão da sexualidade e o seu impacto no estudo
A sexualidade é uma dimensão humana que acompanha a pessoa
desde o nascimento até a sua morte.
Segundo (LOPES et al.,
2010:13) e seus colegas dizem que falar sobre sexualidade é falar de nossa
história, nossas emoções, nossas relações com as outras pessoas, nossos
costumes e nossos desejos. É uma forma de expressão, comunicação e afecto que
se manifesta a todo o momento, seja por meio de um gesto, de um olhar ou de uma
acção. É a energia que nos motiva a encontrar o amor, o contacto e a intimidade
e que se constrói passo a passo, a partir do momento em que nascemos.
A sexualidade é, portanto, uma construção sociocultural que
sofre influências dos valores e das regras de uma determinada cultura, do tempo
e do espaço em que vivemos. Por exemplo, se conversarmos, com uma mulher mais
velha, de uns 70 ou 80 anos, provavelmente ela nos contará que, quando era
jovem, tudo o que se referia a sexo era associado à “coisa feia”, “perigosa” e
que uma mulher “direita” só poderia ter relações sexuais depois de casada. Se
for um homem dessa mesma idade, ele provavelmente nos contará que sua primeira
experiência sexual foi com uma prostituta contratada pelo pai ou por um tio
(idem, p. 13).
Para muita gente ainda é complicado aceitar o exercício da
sexualidade dos(as) adolescentes e jovens como um fato natural e isso acaba
sendo um dos principais obstáculos na implantação de políticas e programas para
esse público. Um exemplo disso seria um(a) adolescente fazer uma pergunta na
sala de aula e o(a) professor/a olhar de cara feia e dizer que vai chamar a mãe
ou o pai dele(a). Outro, é um jovem ou uma jovem ir ao posto de saúde buscar
camisinhas e escutar que ele(a) é muito novo(a) para pensar (e fazer) sexo.
Desse jeito, por conta da nossa cultura e da forma como
alguns serviços estão organizados, muitas vezes, em vez de os(as) adolescentes
e jovens terem acesso a informação e atendimento de qualidade, adequado às
diferentes faixas etárias, alguns serviços de saúde acabam não funcionando como incentivo para a prevenção e
o autocuidado.
Hoje, graças à ciência e à luta dos movimentos sociais,
muita coisa mudou, mas, infelizmente, outras tantas continuam complicadas. Uma
delas é acreditar, por exemplo, que não se deve conversar sobre sexo nas
escolas, pois isso poderia “estimular” adolescentes e jovens a iniciar sua vida
sexual “precocemente”. Antes de tudo, é preciso entender que a sexualidade não
se restringe somente ao acto sexual, pois
envolve sentimentos e nos motiva a procurar o contacto físico e afectivo, a
intimidade de um relacionamento, podendo ou não haver reprodução. Nesse
sentido, a nossa sexualidade é um processo que se iniciou em nosso nascimento e
vai até a nossa morte[7].
Como tal (SANTOS, 2014), diz que se deve sustentar a ideia
de que instituições formativas como a escola tem papel relevante no que diz
respeito a disseminação de informações e formações para que o educando crie as
suas próprias significações na construção de questões relacionadas a sua
sexualidade como qual o seu género e qual a sua orientação sexual.
Para o autor, escola como instituição social tem que estar
ciente de que a mesma abarca grande diversidade em sua realidade, devido ao
crescimento das evidências de uma sociedade pluralista em que todos estão
inseridos nos dias actuais. Consequentemente, os espaços escolares tem que se
consciencializarem de que a temática da sexualidade está presente de forma
constante no seu dia-a-dia, em todos os seus ambientes, em diferentes situações
presentes desde um atendimento na secretaria escolar a um casal de pais
homossexuais, até a uma questão sobre “sexo” levantada por um aluno durante a
aula de Português por exemplo.
A sexualidade é uma das individualidades do ser humano,
incluindo todas as suas atribuições não apenas de sexo mas também de género,
orientação, saúde entre outras fazem parte da individualidade do educando e
perpassa por todas as suas relações.
Então, dentro desse pensamento é importante abrir discussões
que permeiam esse assunto dentro da escola, uma vez que o mesmo está atrelado
com outras questões da vida do homem como sua realização pessoal, sua
personalidade e construção da sua subjectividade e até mesmo a sua condição salutar.
Ainda nestas questões não devemos nos esquecer do papel fundamental do Estado para
educar, formar bem como pensar em políticas públicas a respeito desse assunto,
tornando o contexto escolar um local cada vez mais favorável para o respeito e
convívio dos educandos com as suas diversidades[8].
2.3. O assédio sexual no ambiente
académico: Suas Formas e manifestações
MELOY (citado por GARRIDO, 2002:16) refere que “O assédio
compreende diferentes comportamentos de perseguição ao longo do tempo; esta perseguição
é vivida pela vítima como uma ameaça, e é potencialmente perigosa”[9].
Não obstante esta definição genérica do assédio, salienta-se
que existem várias formas de assédio, nomeadamente, os telefonemas a marcar
encontros, ou o simples facto de amedrontar a mulher com palavras ou actos mais
invulgares.
Segundo GARRIDO (2002) os comportamentos de perseguição
obsessiva mais habituais podem ser listados da seguinte forma, desde o mais
frequente até ao menos comum:
ü
Chamadas telefónicas
ü
Vigilância no lar
ü
Vigilância no trabalho
ü
Perseguição na rua
ü
Envio de cartas
ü
Envio de correio electrónico; etc.
Importa notar que, neste momento, face à evolução
tecnológica, o recurso às novas tecnologias de informação (ex. internet),
parece contribuir para que esta nova modalidade de assédio neste contexto se
torna cada vez mais preocupante.
Por sua vez, o assédio sexual é definido como algo que se
baseia em comportamentos ou manifestações indesejadas, através de palavras,
gestos ou acções do carácter sexual (CORREIA, 2008:3).
No que concerne ao meio académico, o assédio sexual é
referido como sendo uma realidade nas escolas moçambicanas.
Geralmente sofrido por mulheres, o assédio sexual acontece
quando o sujeito abusa de sua condição hierárquica superior e, querendo obter
favorecimento sexual, insiste e pressiona para conseguir o que quer (MOREIRA,
2016).
Um estudo realizado pela ActionAid (2005) sobre abuso sexual
nas escolas moçambicanas que aborda as formas, manifestações e percepções da
população estudantil, concluiu que o abuso sexual não é encarado no contexto da
violação dos direitos humanos da mulher, mas sim da ruptura das expectativas
relacionadas com o papel social atribuído à mulher nas relações de género, onde
a educação tradicional prevê a sua transacção como objecto[10].
Em contrapartida, OSÓRIO (2007) faz uma análise do género e
sexualidade entre os jovens do ensino secundário e constata que o assédio
sexual é amplamente conhecido, debatido e objecto de rumores pelos/as jovens
(de todas as idades) e é reconhecido como um acto visando estabelecer uma troca
de favores sexuais em troca do aproveitamento escolar das alunas. Neste estudo
foram identificadas no discurso das entrevistadas três posições relativamente
ao perfil das raparigas no contexto de assédio sexual: as que são assediadas e
se conformam (70%), as que assediam (10%) e as que resistem ao assédio (20%)[11].
O assédio sexual é mais
frequentemente relatado na vida adulta, já que se caracteriza primordialmente
dentro do mundo do trabalho.
MOREIRA (2016) por sua refere
que no ambiente escolar, apesar de ainda existirem muitas controvérsias
jurídicas a respeito da caracterização do crime de assédio sexual pelo fato de
a relação professor-aluna diferir daquela empregada-empregador[12], sabemos que está
presente uma relação de poder entre esses sujeitos. Segundo BITENCOURT (citado
por JANSSEN, 2016), “(…) no caso de
professor que assedia sua aluna, ameaçando-a no desempenho escolar,
constrangendo-a com a possibilidade de sua reprovação, caracteriza-se uma
relação de sujeição autorizadora do assédio sexual (…).”[13]
Isso nos coloca a necessidade
de ampliarmos o nosso conhecimento acerca do poder e da violência simbólica
presente no ambiente escolar, especialmente no que se refere às relações de
género.
A violência de género no ambiente
escolar tem causado impacto negativo na educação de milhões de crianças em todo
o mundo. Caracterizada por assédio verbal ou sexual, abuso sexual, punição
física e bullying, ela pode resultar
em um aumento do absenteísmo, fraco desempenho, desistência escolar, baixa auto-estima,
depressão, gravidez e infecções sexualmente transmitidas, como VIH; todos
elementos que têm impacto negativo na aprendizagem e no bem-estar.
A violência de género no
ambiente escolar não está confinada apenas a países de baixa renda, trata-se,
ao contrário, de um fenómeno global. Um estudo nos Países Baixos identificou
que 27% dos estudantes já tinham sofrido assédio sexual infligido por
funcionários da escola.
Contudo, a verdadeira escala
e o real impacto da violência de género no ambiente escolar permanecem encobertos
em função da falta de evidências. É necessário reunir informações mais amplas e
concretas, assim como pesquisas comparativas e abordagens às informações já
colectadas.
MOSSE & CORTEZ (2006)
chamam atenção para o facto de uma das grandes formas de extorsão no sector da educação
em Moçambique ser por via do sexo. Referida como extorsão sexual, este estudo
menciona que os professores usam a intimidação e a ameaça para fazer com que as
alunas lhes prestem favores sexuais em troca de uma passagem de classe. Nalguns
casos, a cobrança de sexo acontece quando determinada aluna não tem dinheiro
para pagar o professor. Caso a aluna se recuse chumba de classe, o que faz com
que esta opte por mudar de escola[14].
No entanto, os autores referem que existem casos em que as
alunas que se envolvem nas situações de extorsão sexual com menos resistência,
parecendo aceitar a situação com mais facilidade. Nestes casos, as alunas
discutem abertamente as formas de pagamento dos favores com o professor (acesso
prévio aos testes ou obtenção de notas positivas nas pautas) com vista a
melhorar as suas notas. Em relação aos professores, de acordo com os dados do
estudo, estes justificam o seu envolvimento com as estudantes devido aos seus
trajes, que de acordo com estes deixam as partes íntimas do corpo à vista[15].
Um outro estudo referenciado foi o de Bagnol (1996)
realizado em Tete, cujas raparigas do Ensino Primário do 2º Grau (EP2)
entrevistadas afirmaram ter repetido a 6ª classe por se terem recusado a manter
relações sexuais com o professor, e que os professores recusavam dinheiro das
raparigas e exigiam relações sexuais, contrariamente ao que acontece com os
rapazes.
ARTHUR (2003) apresenta e discute uma série de artigos
informativos veiculados nos principais órgãos de informação sobre casos de
abuso e assédio sexual ocorridos em diversas escolas do país. O artigo faz
também referência as opiniões dos leitores problematizando a falta de uma
legislação que permita sanções claras que penalizem os professores que tenham
abusado sexualmente das alunas[16].
3. Conclusões
Começamos este trabalho tratando da saúde sexual reprodutiva
onde nos referíamos que estes dois termos andam juntamente ligados e de acordo
com a literatura deste trabalho, compreendeu-se que o sucesso da educação para
a sexualidade saudável não depende exclusivamente da informação científica, mas
do foque nos aspectos humanos e positivos da sexualidade ao invés de se centrar
exclusivamente na prevenção de consequências negativas associadas a elas. A
escola é neste momento é um espaço privilegiado para intervir na promoção da
saúde sexual e reprodutiva. Apesar de muitos adolescentes iniciarem a sua
actividade sexual precocemente, o mais importante nesses casos é uma informação
geral acerca da sexualidade para esta camada pois eles muitas nas suas
primeiras relações não se previnem pelo de confiarem no seu/a parceiro/a.
Tocando um pouco acerca do assédio sexual no ambiente
académico, pode-se dizer é um facto real pois acontece mesmo. Essa violência de
género na escola faz parte da vida de meninas desde muito cedo, ainda no ensino
primário, se intensificando no ensino Médio. Essa violência na infância pode
ser ainda maior, visto que muitas alunas às vezes podem não ter certeza se
situações vividas na escola tinham conotação sexual ou não, devido à inocência
da idade e por confiarem totalmente nos agentes escolares. Vemos nas nossas
escolas moçambicanas casos de abuso e assedio sexual perpetrado por professores
que muitas vezes chegam a engravidar as alunas e os praticantes às vezes não se
responsabilizam pelos seus actos.
4. Referências
BORGES, A. L. V. & SCHOR, N. Início da vida sexual na adolescência e relações de género: um estudo
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populacional. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 27(11):2207-2214, nov,
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GARRIDO, V. Amores que
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2002.
MOREIRA, F. M. Violência de género na escola: abuso/assédio
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Género e Diversidade na Escola apresentado como requisito parcial à obtenção do
título de Especialista em Género e Diversidade na Escola (GDE). Florianópolis,
2016.
LOPES et al., Adolescentes
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SANTOS, A. C. T. A sexualidade e o actual currículo escolar:
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RIBEIRO, A. M. M. Saúde
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Acesso em: 01/05/2017 às 12:14.
[1] Amnistia Internacional. Eu
amo o meu corpo. Os meus direitos. (s/d).
[2] Amnistia Internacional. Eu
amo o meu corpo. Os meus direitos. (s/d).
[3] Dados da UNICEF em
Moçambique (Cf. <http://www.unicef.org.mz/nosso-trabalho/as-criancas/adolescentes-e-jovens/>).
[4] Borges ALV, Nakamura E.
Normas sociais de iniciação sexual entre adolescentes e relações de género. Rev
Latinoam Enferm 2009; 17:94-100.
[5] Paiva V, Calazans G,
Venturi G, Dias R. Idade e uso de preservativo na iniciação sexual de
adolescentes. Rev Saúde Pública 2008; 42:45-53.
[6] Cruzeiro ALS, Souza LDM,
Silva RA, Pinheiro RT, Rocha CLA, Horta BL. Comportamento sexual de risco:
factores associados ao número de parceiros sexuais e ao uso de preservativo em
adolescentes. Ciência Saúde Colectiva 2010; 15:1149-58.
[7] CORSA/ECOS. Diversidade
Sexual na Escola: uma metodologia de trabalho. São
Paulo: CORSA/ECOS, 2008.
[8] Idem, Santos, 2014.
[9] Helena Rebelo. Assédio
Sexual e Moral no local de trabalho. Coimbra, 2008.
[10] ActionAid (2008), Manual
da Campanha. Não ao Abuso Sexual contra a Rapariga na Educação, p.10.
[11] Osório refere que os
discursos sobre as raparigas que assediam e as que são assediadas (e se
conformam) são sempre feitos na terceira pessoa, isto é, não foi encontrada
nenhuma situação se descrição por jovens que tenham vivido esta experiência. O
que se procura reflectir nestes casos, são as representações das entrevistadas
sobre o assédio sexual
[12] Empregada-empregador é
quando se trata do assedio sexual no ambiente laboral, pois no presente momento
há muita literatura tratando sobre assedio sexual no trabalho do que assedio
sexual no ambiente académico.
[13] MOREIRA
(2016)
[14] MOSSE e CORTEZ (2006). A
Pequena Corrupção no Sector da Educação em Moçambique, p. 23.
[15] Idem.
[16] ARTHUR, Maria José.
Assédio Sexual e Violação nas Escolas. Recortes de Imprensa. Publicado em
“Outras Vozes”, n°3, Maio de 2003, in www.wlsa.or.mz. Consultado a 30/04/2017.
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