domingo, 30 de junho de 2019

Teoria de SKINNER sobre a personalidade


1- Introdução

Segundo uma vasta literatura sobre a personalidade, sugere-se que o estudo da personalidade desenvolveu-se à parte da área da psicologia experimental e foi iniciado por médicos franceses, tal como Charcot, que estavam interessados no estudo e no tratamento da personalidade anormal, em especial, da histeria. Entretanto, segundo as fontes consultadas neste trabalho, dizem que é possível que a primeira das teorias tenha aparecido cerca de 400 anos a.C., com o médico grego Hipócrates, que propunha tipos de temperamentos baseados nos quatro humores do corpo. Estes, por sua vez, estavam baseados nos quatro elementos cósmicos propostos pelo filósofo grego Empédocles, cerca de 50 anos antes. 

O relacionamento entre os elementos (terra, ar, fogo e água), suas características (frio e seco, quente e húmido, quente e seco ou frio e húmido) e os humores (bílis preta, sangue, bílis amarela e flegma) poderiam determinar os seguintes temperamentos: melancólico, sanguíneo, colérico ou fleumático.

Desde então, vários autores vêm tentando explicar os diferentes tipos de comportamentos, elaborando teorias das mais diversas, na intenção de compreendê-los e descrever as suas opiniões acerca do assunto. Das muitas teorias de personalidade que proliferam na psicologia, grande número usa o conceito de traço e, em muitas dessas teorias, a organização dos traços constitui a personalidade.

Um conceito que podemos trazer logo a priori é de Ferreira (2000), que define a personalidade como o “carácter ou qualidade do que é pessoal” ou “o que determina a individualidade de uma pessoa moral; o que a distingue de outra”. Este termo vem da palavra latina persona que, originalmente se refere à máscara teatral utilizada no drama grego. 
Ampliando-se o conceito ou ao longo do tempo, o termo “persona” passou a significar a aparência externa. Assim, a partir de sua origem, conclui-se que a personalidade diz respeito às características externas e visíveis que outras pessoas enxergam nos outros. E nós podemos definir do nosso jeito de que personalidade é a qualidade ou característica de ser “único”, isto é, personalidade é a representação de característica que identificam uma pessoa e diferencia das outras.


Dito isto, o presente trabalho apresenta uma visão de Skinner a respeito da personalidade, onde há descrição de breve contexto histórico sobre as primeiras propostas de abordagem sobre a personalidade, na visão de B.F. Skinner sobre a sua teoria behaviorista radical, que apresentou uma visão funcionalista do comportamento humano através da interacção dinâmica entre organismo e meio, definindo a personalidade como um produto desta interacção.

2- Personalidade

Shultz e Shultz (2002) definem personalidade como sendo “os aspectos internos e externos peculiares, relativamente permanentes do carácter de uma pessoa, que influenciam o comportamento em situações diferentes”.

De acordo com Pervin e John (2004), “o campo da personalidade diz respeito àquilo que é geralmente verdadeiro das pessoas, a natureza humana, assim como às diferenças individuais”. Ainda de acordo com estes autores, a personalidade “representa aquelas características da pessoa que explicam padrões consistentes de sentimentos, pensamentos e comportamentos”.

Ao analisarmos as definições destes autores, vemos que eles interessam-se pela maneira como os sentimentos, pensamentos e comportamentos se relacionam para formar o indivíduo. Eles sugerem que se tenha atenção a padrões consistentes de comportamento e a qualidades internas da pessoa, que explicam estas regularidades, em oposição, por exemplo, a enfocar qualidades no ambiente que as expliquem.

Conforme o conceito de personalidade podemos entender que trata de características que são únicas de um individuo. O que significa que não pode existir uma pessoa que que pensa do mesmo jeito como outra pessoa, ou pessoas que pensem do mesmo jeito.

Uma definição proposta por Norman Cameron descreve a personalidade como sendo “...a organização dinâmica de sistemas de comportamento interligados, que cada um de nós possui, à medida que evolui de recém-nascido biológico para adulto biossocial em um ambiente de outros indivíduos e produtos culturais” (Lundin, 1977).

3- Teoria de Personalidade na perspectiva de B. F. Skinner e o Behaviorismo Radical

3.1- Breve abordagem sobre a vida e obra

Burrus Frederic Skinner nasceu em 20 de Março de 1904 (Nye, 2002), na cidade de Susquehanna, no estado da Pensilvânia uma pequena cidade no nordeste do Estado. Seu pai exercia a advocacia.

Assim, Skinner construíra um pequeno estúdio em sua casa e pôs-se a trabalhar (Fadiman & Frager, 1986). Infelizmente, foi uma experiência catastrófica e desastrosa, pois Skinner não conseguira escrever quase nada e o que escrevia, era de pouca qualidade. Dessa maneira, assim como seus pais haviam previsto, fracassara na sua tentativa de ser escritor (Cloninger, 1999).

A literatura consultada (Fadiman & Frager, 1986) refere que esse fracasso como escritor abalou profundamente ao autor, que pensou em até procurar um psiquiatra. Entretanto, depois de algum tempo, Skinner atribuíra seu fracasso à literatura, e não a ele próprio; o mesmo dizia que “falhara como escritor porque não tinha nada de interessante a dizer... o erro deve estar  na literatura”  (B.  F. Skinner, 1967 citado por Fadiman e Frager, 1986).

Dessa forma, ele transferiu todo o seu interesse pela escrita para o funcionamento do comportamento humano, mas não de uma maneira literária, e sim científica (Fadiman & Frager, 1986). Assim, Skinner se ingressou na faculdade, onde se tornou um aluno estudioso, em contraste ao comportamento rebelde exibido no colegial.

Em 1948, Skinner escreve um romance chamado Walden Two, que descreve de maneira hipotética, uma comunidade que vivia de acordo com a sua teoria. Esse livro, apesar de ser muito polémico, foi considerado um best-seller, vendendo mais de um milhão de cópias (Fadiman & Frager, 1986).

Este autor, durante toda a sua vida, também se interessou pelo comportamento animal, a qual veio desenvolver a sua teoria comportamental. O primeiro animal utilizado por ele em suas experiências foi um esquilo. Posteriormente, passou a trabalhar com pombos e ratos (Cloninger, 1999).

Relativamente a sua teoria comportamental, Skinner, é tido como o autor mais influente teórico do campo da psicologia, pois seus postulados foram tão marcantes que “em 1982, um historiador da psicologia disse ser ele inquestionavelmente, era o mais famoso psicólogo americano do mundo”( Schultz & Schultz, 2002).

Ele foi um comportamentalista ardente, confiante e convencido do método positivista, exibindo um rigor inexorável em seus experimentos psicológicos (Lindzey, Campbell & Hall, 2000). Foi Skinner quem pela primeira vez deu um carácter “científico” à psicologia, e a colocou num patamar de objectividade e fidedignidade diante da ciência positivista, excluindo todos os aspectos mentalistas e ficções explanatórias presentes até então na terminologia psicológica.

Ele excluiu os aspectos internos do indivíduo, focalizando sua atenção somente naquilo que pode ser observado, neste sentido, o comportamento, deixando de lado conceitos pregados pelas “pseudociências” da psicologia, como self, subjectividade, ego, consciente entre outros conceitos não observáveis.

Com a sua teoria, ele conquistou o meio científico vigente na época, e sua teoria comportamental foi e continua sendo a base para muitos projectos científicos e pesquisas sobre o comportamento humano.

Skinner escreveu vários outros livros que são importantes para compreender sua visão da personalidade e comportamento humanos. Estes incluem: Ciência e Comportamento Humano (1953), Cumulative Record (1959, 1961, 1972), The Technology of Teaching (1968), O Mito da Liberdade (1971) e About Behaviorism (1974).

3.2- Resumo dos aspectos importantes da teoria de Skinner

Na teoria de Skinner, o termo personalidade significa a colecção de padrões de comportamento. Situações diferentes evocam diferentes padrões de respostas. Cada resposta individual é baseada apenas em experiências prévias e história genética. Skinner argumenta que, se a pessoa basear a definição do eu em comportamento observável, não é necessário discutir o eu ou a personalidade.

Skinner acreditava que a personalidade é nada mais, nada menos que uma colecção de padrões comportamentais. Nesse caso, diferentes situações evocam diferentes padrões de respostas, fazendo com que cada indivíduo desenvolva determinados tipos de comportamento (Fadiman & Frager, 1986). Infelizmente, muita gente confunde esses padrões e respostas comportamentais aprendidas no decorrer da vida do indivíduo com os reforços positivos, negativos ou punições decorrentes da história do indivíduo. Esses comportamentos são confundidos com aspectos da personalidade interior. Para Skinner (idem, Fadiman & Frager, 1986), não importa o que está sob a pele do indivíduo. Ele não contesta os aspectos subjectivos e interiores. Somente dizem que não são relevantes, acreditando que somente podemos entender a personalidade através da análise dos seus comportamentos observáveis e sua história de reforços.

Skinner na sua teoria critica a psicanálise. Ele sugere que a ênfase na infância dada pela psicanálise é distorcida. Sigmund Freud diz que os conflitos internos ocorridos nas fases pré-edipianas e edipianas estruturarão a “personalidade” do indivíduo, e Skinner refuta essa acepção. Dessa forma, tudo o que ele fizer quando adulto, será de acordo com os remanescentes de conteúdos reprimidos da esfera inconsciente. 

Aquando da nossa leitura do livro de Fadiman e Frager (1986) em nossa posse, percebemos que Skinner discorda completamente dessa teoria, mas diz que na infância, a criança recebeu sucessivos reforços que podem na vida adulta, fazer com que a mesma exiba certos padrões de comportamento que exibia na sua infância, mas não em consequência de conteúdos reprimidos, mas sim por um fenómeno chamado de generalização. Portanto, para Skinner, a personalidade, dessa perspectiva, é formada por algo exterior ao indivíduo e não se encontra dentro dele.

O que compreendemos na teoria de Skinner segundo Fadiman e Frager (1986) é que Skinner tratou, principalmente, do comportamento modificável. Ele não dava importância a características comportamentais que parecem ser, relativamente, permanentes. A personalidade, para Skinner, pode ser explicada em termos de estímulos que determinam certos tipos de respostas e os reforços que as mantém.

Em suma, os aspectos importantes da sua teoria são:
·         Análise científica do comportamento;
·  Quanto a Personalidade: colecção de padrões de comportamento;
·         Condicionamento respondente;
·         Condicionamento operante;
·         Reforço incondicionado;
·        Reforço positivo, intermitente, de intervalo, de razão, razão fixa, razão variável, saciação;
·         Reforço diferencial;
·         Aproximações sucessivas;
·         Punição;
·         Controle do comportamento;
·         Esquema de reforço;
·         Extinção;
·         Modelação;
·         Ficções explanatórias - homem autónomo, liberdade, dignidade, criatividade.

3.3- Estrutura da personalidade


a) Self – ficção explanatória

Skinner considera o termo self ficção explanatória. Conforme ele afirma que: “Se não podemos mostrar o que é responsável pelo comportamento do homem dizemos que ele mesmo é responsável pelo comportamento. Os precursores da ciência física adoptavam outrora o mesmo procedimento, mas o vento já não é soprado por Eolo, nem a chuva é precipitada por Júpiter Pluvius… A prática aplaca a nossa ansiedade a respeito dos fenómenos inexplicados e por isso se perpetua... Um conceito de eu não é essencial em uma análise do comportamento…” (Skinner, 1953 citado por Fadiman & Frager, 1986).

b) Relacionamento social

Skinner afirma que não existe um significado especial do comportamento social que seja diferente de outro comportamento. Ele acredita que o comportamento social é caracterizado somente pelo facto de envolver uma interacção entre duas ou mais pessoas por (Fadiman & Frager, 1986).

Ele dedica considerável atenção à importância da comunidade verbal e seu papel em modelar quase todo comportamento, especialmente o desenvolvimento precoce da linguagem e outros comportamentos infantis. A comunidade verbal é definida como as pessoas (incluindo nós mesmos) do meio ambiente que respondem ao comportamento verbal de modo a modelar e manter o comportamento. O comportamento de uma pessoa é continuamente modificado e modelado por outros do meio ambiente. Isto é senso comum; mas Skinner continua dizendo que não há outras variáveis relevantes além da história passada da pessoa, seus dotes genéticos e os factores externos da situação imediata (idem).

c) Vontade

Vontade e outros termos como livre arbítrio, força de vontade, são conceitos que para Skinner são ficções explanatórias mentais que não podem ser observáveis. Para ele, não existe um comportamento livre. Assim, vontade para Skinner é um modo confuso (Fadiman & Frager, 1986).

d) Emoções

Skinner entende que as emoções são excelentes exemplos das causas fictícias às quais frequentemente atribuímos o comportamento.

e) Intelecto

Skinner define o conhecimento como um reportório de conhecimentos. Para este autor, o conhecimento é o comportamento que se manifesta quando um estímulo particular é aplicado. Ele referencia autores que têm tendência de considerar comportamentos tais como nomear o personagem principal de Hamlet, ou explicar a influência da produção alemã de prata na História da Europa medieval, como “sinais” ou indícios do conhecimento.

3.4- Crescimento e desenvolvimento da personalidade

O crescimento psicológico é descrito sutilmente por Skinner. Assim, para ele o crescimento é minimizar condições adversas e aumentar o controlo benéfico do nosso meio ambiente (Fadiman e Frager, 1986). 

Dessa maneira, Skinner não procura o crescimento através dos insights psicológicos, valorização do self, equilíbrio entre contacto e fuga da realidade ou satisfação da hierarquia das necessidades. Skinner afirma que o crescimento e a maturidade estão somente na análise funcional do nosso próprio comportamento, fazendo que procuremos contingentes que reforcem as condições benéficas para o nosso próprio desenvolvimento.

Skinner, além de apresentar o crescimento e desenvolvimento da personalidade, identificou também alguns entraves ao crescimento da personalidade (Fadiman & Frager, 1986). Assim, nesta perspectiva Skinner sugeriu dois conceitos que são os principais entraves ao crescimento e desenvolvimento do indivíduo, a punição e a ignorância.

De referir que o primeiro elemento que serve de entrave para o crescimento da personalidade está relacionado com a aprendizagem. Assim, a punição, segundo Skinner, é o maior impedimento para uma real aprendizagem, pois ela informa somente aquilo que não se deve fazer, além de que, os comportamentos punidos não desaparecem, voltando quase sempre ligados a outros comportamentos (Fadiman & Frager, 1986). Por outras palavras quer dizer que a punição não capacita uma pessoa a aprender qual é o melhor comportamento para uma dada situação. É o maior impedimento para uma real aprendizagem.

Para o caso da ignorância, segundo Skinner, é o não conhecimento daquilo que causa um determinado comportamento. Dessa forma, a ignorância faz com que os indivíduos acreditem e sigam aquilo que é pregado pelas ficções explanatórias, impedindo que o mesmo conheça os motivos e causa reais do seu comportamento (Fadiman e Frager, 1986).

4- Conclusão

Concluímos que a teoria de Skinner é de suma importância para compreender o comportamento do individuo mediante a personalidade. Skinner, na sua teoria acredita que somos seres superiores, com um potencial inato para o crescimento e amadurecimento. Ao que percebemos nesta teoria, Skinner baseia a sua teoria em conceitos positivamente científicos, excluindo termos como subjectividade, liberdade e consciência, aproximando a psicologia às ciências biológicas e naturais.

Entretanto, apesar das suas contribuições sobre a compreensão da personalidade, a literatura indica que as ideias de Skinner são muito criticadas, mas também afirma-se que Skinner deixou uma grande contribuição através da sua teoria, que pode ser utilizada eficazmente para a modificação ou até mesmo a extinção de possíveis sintomas, além de poder ajudar no processo de aprendizagem e na área organizacional. Enfim, somos de opinião de que o comportamento não é nada mais do que sintomas de que algo não vai bem dentro do indivíduo. Dessa forma, acreditamos que um ponto negativo de Skinner é o facto de não dar atenção aos sintomas internos e subjectivos.

5- Referências bibliográficas

Fadiman, J. & Frager, R. (1986). Teorias da Personalidade. Editora: Harbra. Coordenação da tradução Odette de Godoy Pinheiro; tradução de Camila Pedral Sampaio, Sybil Safdié. São Paulo.

Ferreira, A. B. H. (2000). Mini Aurélio Século XXI. Ed. Nova Fronteira. Rio de Janeiro.

Hall, S. C.; Lindzey, G. & Campbell, B. J. (2000). Teorias da Personalidade. Editora Artmed (4ª ed.), Porto Alegre.

Lundin, R.W. (1977). Personalidade. Ed. EPU. São Paulo.

Nye, D. (2002). Robert. Três Psicologias. Editora Pioneira, São Paulo.

Pervin, L. A & John, O. P. (2004). Personalidade: Teoria e Pesquisa. Ed. Artmed. Porto Alegre.

Schultz, P. D. & Schultz, E. S. (2002). História da Psicologia Moderna. Editora Cultrix (15ª ed.), São Paulo.





segunda-feira, 17 de junho de 2019

Conceito de Zona de desenvolvimento proximal (ZDP)

Zona de desenvolvimento proximal (ZDP) é o termo utilizado por Vygotsky para explicar a diferença entre o que uma criança pode fazer sozinha e o que ela pode fazer com auxílio de uma outra pessoa, que muitas vezes pode ser um adulto.


Fonte: PAPALIA, D. E., OLDS, S. W. &  FELDMAN, R.D. Desenvolvimento Humano. 8.ed. Editora: Artmed. Tradução: Daniel Bueno. São Paulo, 2006.

domingo, 16 de junho de 2019

Conceito de Teoria da aprendizagem social

Teoria da aprendizagem social é a teoria proposta por Bandura de que os comportamentos são adquiridos pela observação e pela imitação de modelos; também chamada de teoria sociocognitiva.

Fonte: PAPALIA, D. E., OLDS, S. W. &  FELDMAN, R.D. Desenvolvimento Humano. 8.ed. Editora: Artmed. Tradução: Daniel Bueno. São Paulo, 2006.

Conceito de Condicionamento operante

Condicionamento operante é o tipo de aprendizagem em que uma pessoa tende a repetir um comportamento que foi reforçado ou cessar um comportamento que foi punido.


Fonte: PAPALIA, D. E., OLDS, S. W. &  FELDMAN, R.D. Desenvolvimento Humano. 8.ed. Editora: Artmed. Tradução: Daniel Bueno. São Paulo, 2006.

Conceito de condicionamento clássico

Condicionamento clássico é o tipo de aprendizagem em que um estímulo anteriormente neutro (que originalmente não provocava uma determinada resposta) adquire a capacidade de provocar uma resposta depois que o estímulo é repetidamente associado a outro estímulo que normalmente provoca a resposta.


Fonte: PAPALIA, D. E., OLDS, S. W. &  FELDMAN, R.D. Desenvolvimento Humano. 8.ed. Editora: Artmed. Tradução: Daniel Bueno. São Paulo, 2006.

Conceito de Desenvolvimento psicossocial

Desenvolvimento psicossocial, na teoria de Erikson, é o processo social e culturalmente influenciado de desenvolvimento do ego ou do eu; ele consiste de oito estágios ao longo do ciclo de vida, cada um girando em torno de uma crise que pode ser resolvida alcançando-se um equilíbrio saudável entre traços positivos e negativos alternativos.


Fonte: PAPALIA, D. E., OLDS, S. W. &  FELDMAN, R.D. Desenvolvimento Humano. 8.ed. Editora: Artmed. Tradução: Daniel Bueno. São Paulo, 2006.

Conceito de Grupo étnico

Grupo étnico é o grupo unido por descendência, raça, religião, língua e/ou nacionalidade, que contribuem para um sentido de identidade comum.

Fonte: PAPALIA, D. E., OLDS, S. W. &  FELDMAN, R.D. Desenvolvimento Humano. 8.ed. Editora: Artmed. Tradução: Daniel Bueno. São Paulo, 2006.

Conceito de Maturação

Maturação é o desdobramento de uma sequência geneticamente influenciada e, muitas vezes, relacionada à idade, de mudanças físicas e padrões de comportamentos, incluindo a prontidão para adquirir novas habilidades.

Fonte: PAPALIA, D. E., OLDS, S. W. &  FELDMAN, R.D. Desenvolvimento Humano. 8.ed. Editora: Artmed. Tradução: Daniel Bueno. São Paulo, 2006.

Conceito de construção social

Construção social refere-se a natureza da realidade, baseado nas percepções ou nas suposições subjectivas compartilhadas pela sociedade.


Fonte: PAPALIA, D. E., OLDS, S. W. &  FELDMAN, R.D. Desenvolvimento Humano. 8.ed. Editora: Artmed. Tradução: Daniel Bueno. São Paulo, 2006.

Conceito de Mudança qualitativa

Mudança qualitativa é a mudança no tipo, na estrutura ou na organização, como a mudança da comunicação não-verbal para verbal. Ela é marcada pelo surgimento de novos fenómenos que não podem ser facilmente antecipados com base no funcionamento anterior, como a mudança de uma criança não verbal para outra que compreende as palavras e sabe comunicar-se verbalmente.



Fonte: PAPALIA, D. E., OLDS, S. W. &  FELDMAN, R.D. Desenvolvimento Humano. 8.ed. Editora: Artmed. Tradução: Daniel Bueno. São Paulo, 2006.

Conceito de Desenvolvimento humano

Desenvolvimento humano é o estudo científico da mudança e da continuidade durante todo o ciclo humano de vida.



Fonte: PAPALIA, D. E., OLDS, S. W. &  FELDMAN, R.D. Desenvolvimento Humano. 8.ed. Editora: Artmed. Tradução: Daniel Bueno. São Paulo, 2006.

Conceito de Experimento

Segundo PAPALIA, OLDS e FELDMAN (2006) experimento é o procedimento rigorosamente controlado, replicável, em que o pesquisador manipula as variáveis para avaliar o efeito de uma sobre a outra.

fonte: PAPALIA, D. E., OLDS, S. W. &  FELDMAN, R.D. Desenvolvimento Humano. 8.ed. Editora: Artmed. Tradução:
Daniel Bueno. são Paulo, 2006.

domingo, 2 de junho de 2019

Funções Didácticas

Em termos conceptuais, as funções didácticas são etapas que se traduzem nas regularidades do processo de ensino-aprendizagem. A condução do processo de ensino-aprendizagem deve representar um instrumento certo para o alcance dos objectivos educacionais estabelecidos. Por essa razão, é de suma importância que o docente seja um indivíduo que tenha domínios em várias vertentes. Não deve apenas dominar o conhecimento da sua área ou seu campo específico, mas deve ainda ter domínio da metodologia e a didáctica para permitir que os alunos aprendam plenamente.

Uma coisa importante é que o professor não deve pensar que dar uma aula é apenas entrar na sala de aula e começar a explicar os conteúdos da aula, há que respeitar os momentos de uma aula, são as chamadas “Funções didácticas” o que vamos abordar neste artigo. 

Outros autores preferem chamar de “fases”, enquanto outros denominam por “etapas”. Por essa razão, todos os intervenientes no processo de ensino-aprendizagem precisam realmente ter essas bases, pois são necessárias para garantir uma aula excelente e efectiva. Imaginemos se o mundo não tivesse regras, não tivesse leis, se a vida social não tivesse regras de convivência…, certamente tudo estaria desorganizado. Por isso, assim como muita coisa no mundo é feita seguindo determinadas regras, o processo de ensino-aprendizagem também é regido de regras.

Neste sentido, existem 4 funções didácticas:

Introdução e Motivação;

Mediação e Assimilação;

Domínio e Consolidação; e

Controlo e Avaliação.

1. Introdução e Motivação

A função didáctica “Introdução e Motivação” é a primeira, e portanto, corresponde ao momento inicial da aula. É um momento crucial de preparação psicológica dos alunos para o processo de mediação do conhecimento na sala de aula.

Assim, numa determinada aula, seja ela aula teórica ou prática, este momento não deve faltar, pois trata-se dos minutos iniciais e, são destinados a uma breve introdução e motivação dos alunos. Por outras palavras, o professor deve propiciar aos seus alunos boas e suficientes razões para que estes realmente se interessem pelo tema a ser abordado neste dia e assim, continuem a participar no desenvolvimento da aula. 

Uma introdução e motivação, é simplesmente contar uma história de última hora, o professor pode pedir a um aluno para contar uma história ou uma experiência vivida por ele, o professor pode ainda contar uma história engraçada que faça rir e sorrir e deixar uma alegria nos seus alunos, fazer piadas… isto cria energias positivas, atenção e interesse pelo conteúdo da aula a ser leccionada. 

Uma nota importante é o facto de que o professor ao seleccionar o elemento de introdução e motivação, deverá sempre prestar atenção aos interesses dos seus alunos. Por outras palavras, é preciso saber o interessa aos alunos, o que eles realmente gostam.

Não deve ser introdução de um tema que esteja fora do que vai ser tratado na aula, deve-se olhar sobre o conteúdo a ser leccionado no presente dia, pois o objectivo da introdução e motivação é criar um desafio, uma provocação de forma a despertar curiosidades e assim, motivar os alunos.

Por exemplo, o professor pode introduzir um tema da seguinte maneira:

“Vocês sabiam que…, …; Quem de vocês já ouviu falar de …, …”.

Para casos de se tratar de uma continuação da aula anterior, a motivação pode incluir algumas perguntas para averiguar se o conteúdo anterior foi assimilado. O exemplo disso é perguntar “Quem se lembra do que se falou na aula passada? quem ficou com dúvidas sobre a aula passada?”.

O professor deverá estimular o raciocínio dos alunos, incentivando-os para que estes emitam opiniões próprias sobre o que aprenderam, fazer com que estes expliquem o conteúdo nos seus próprios termos. Eles devem ter a capacidade de relacionar o que aprenderam na sala de aula com a realidade ou eventos do dia-a-dia.

Quanto ao tempo em que a introdução e motivação deve perdurar, dependerá do professor, mas não deve perder muito tempo nesta etapa. Alguns autores explicam que deve ser no máximo de 5 minutos. E dependendo das circunstâncias e necessidades, este momento de introdução e motivação pode ser excluído na fase inicial da aula, mas durante a aula deverá existir a motivação. Ou seja, a introdução e motivação não se aplica apenas nos primeiros minutos da aula, mas em quase toda aula, contando piadas, relacionando o conteúdo da aula com a realidade do dia-a-dia, fazendo coisas engraçadas em todo o processo para manter a motivação dos alunos.

2. Mediação e Assimilação

A Mediação e Assimilação é o segundo momento da aula. É uma função didáctica muito visível dentro do processo de ensino-aprendizagem. A função do professor é de mediar a construção do conhecimento por parte dos alunos. O professor é considerado como o facilitador, organizador e orientador do processo de ensino-aprendizagem (PEA). O cria condições psicológicas, pedagógicas e didácticas para que ocorra a aprendizagem.

Assim, uma vez apresentado no quadro os conteúdos em forma de problema a ser resolvido e mediante questões, trocas de experiências, colocação de possíveis soluções, o professor poderá fazer uma colocação didáctica dos objectivos, tendo em conta que estes vão orientar a condução da aula.

Na verdade, nesta função didáctica, após o professor ter introduzido ou apresentado o tema a ser leccionado, segue-se o momento em que deve explicar os contornos envolventes do tema, deve explicar tudo sobre o conteúdo para que os alunos percebam. Para tal, o professor deverá apoiar-se em várias técnicas e estratégias, conversar com os alunos em volta do assunto, analisar exercícios já resolvidos seja de forma individual ou em grupo, fazer ilustrações e atribuir breves exercícios.

Enfim, nesta função didáctica, o professor deve fazer a exposição do conteúdo. Por essa razão, um dos métodos a usar pode ser o método expositivo, na qual o professor apresenta o tema e começa a explicar.

3. Domínio e Consolidação

Na função anterior, explicamos que o trabalho do professor consiste em prover as condições e os modos de mediação e assimilação do conteúdo programático aos alunos, incluindo actividade prática para solidificar essa compreensão. Portanto, o professor explica o conteúdo da aula.

Para tal a função didáctica “Domínio e Consolidação”, muitas vezes é representada pelos exercícios de consolidação que podem seguir diferentes formas ou podem apresentar várias modalidades. Nesta fase é de suma importância que os conhecimentos sejam organizados, aprimorados e fixados pelos alunos, a fim de que estejam disponíveis para orientá-los nas situações concretas do estudo e da vida. Deve-se ter em conta que em paralelo com os conhecimentos e através deles, é preciso aprimorar a formação de habilidades, hábitos e costumes para a utilização independente e criadora desses conhecimentos. Para a consolidação e a formação de habilidades é fundamental que se incluam exercícios práticos de fixação, que podem ir desde simples perguntas até a recapitulação dos tópicos principais da aula.

As actividades de recordação, sistematização e os exercícios devem criar oportunidades ao aluno para estabelecer relações entre o conteúdo estudado e as situações novas, comparar conhecimentos obtidos com os factos da vida real, apresentar problemas ou questões de forma diferente de como foram tratados, pôr em prática as habilidades desenvolvidas durante o estudo.

Importa referir que a consolidação pode ser de natureza reprodutiva, de natureza generalizadora ou ainda de natureza criativa.

Consolidação reprodutiva – apresenta um carácter de exercitação, significa que após a compreensão presumida do conteúdo exposto pelo docente, os alunos reproduzem conhecimentos, aplicando a uma determinada nova;

Consolidação generalizadora – esta inclui a aplicação de conhecimentos para situações novas, após a sistematização implica em todo caso a integração de conhecimentos de forma que os alunos estabeleçam relações entre conceitos, analisem factos e fenómenos sobre vários pontos de vista, façam ligação dos conhecimentos com novas situações e factos da vida real/prática;

Consolidação criativa – refere-se neste sentido, as tarefas que levam ai aprimoramento do pensamento independente e criativo, na forma de trabalho independente dos alunos sobre a base das consolidações anteriores.

Enfim, os exercícios levam ao aluno a fixar e a formar habilidades e hábitos, auxiliando a sistematização. Lembrando que sempre deve existir a motivação.

4. Controlo e Avaliação

No processo de ensino-aprendizagem recomenda-se que a avaliação seja contínua e permanente, pois permite identificar avanços e recuos e tomada de decisões sobre as referidas actividades implementadas e a implementar. A avaliação permite saber os efeitos da metodologia adoptada, revela os níveis de assimilação de cada aluno em particular no processo e da turma em geral.

A função didáctica “Controlo e Avaliação” visa informar como está a decorrer a aprendizagem dos alunos, visa informar se os alunos estão a ser conduzidos em direcção aos objectivos traçados e é aplicada continuamente no decorrer da aula, de modo a acompanhar na íntegra o processo. Por outras palavras, esta função didáctica é marcada por exercícios constantes e apresentação de dúvidas e respostas.

Para o efeito, o aluno serve-se de vários procedimentos e instrumentos de mensuração tais como: observação, testes, exercícios teóricos e práticos, trabalhos de casa entre outras formas, que de certa forma proporcionam dados quantitativos e qualitativos.


Referências bibliográficas

BALMAS, Juan Carlos. Programa de formação de docentes. Modulo FDEP-NIII-I. DINET. Maputo, 2005.

BORDENAVE, J. D. & PEREIRA, A. M. Estratégias de ensino-aprendizagem. Petrópolis, 1989.

BRANDÃO, Carlos. Evolução do papel do professor: consequências para a educação. 1993.

FERRÃO, Luís & RODRIGUES, Manuela. Formação pedagógica de formadores. Manual prático, 5.ed. Lisboa, 2000.

FREIRE, Paulo. Educação e mudança, 23.ed. Rio de Janeiro. Editora Paz e Terra, 1979.

Gil, António Carlos. Metodologia do ensino superior. Editora Atlas, São Paulo, 2005.

HAIDT, Regina. Curso de Didáctica geral. São Paulo, editora Ática, s/d.

LIBANEO, José Carlos et al., Pedagogia da Educação? Editora Cortez, São Paulo, 1996.

LIPMAN, Matthew. O pensar na educação. Petrópolis, 1994.

NERICI, Imídio Giuseppe. Didáctica geral. Editora Ática, São Paulo, 1970.

NERICI, Imídio Giuseppe. Metodologia do ensino: uma introdução. São Paulo. Atlas, 1981.

PERRENOUD, P. H. construir as competências desde a escola. Porto Alegre. Artmed, 1999.

PILETTI, Claudino. Didáctica geral. São Paulo, Ática, 8.ed., 1987.

RIBEIRO, A. C. & RIBEIRO, L. C. Planificação e avaliação do ensino-aprendizagem. Lisboa, U. A., 1989.

RODRIGUES et al., Psicopedagogia: a estruturação do ensino-aprendizagem e o papel do educador no século XXI. Modulo III. Instituto Superior Dom Bosco, 2007.






As principais figuras pioneiras da Pedagogia e suas contribuições



1. Sócrates  (469 – 399, a.C.)

Suas contribuições

- O autoconhecimento é o único caminho para o verdadeiro saber;
- A finalidade da educação é ministrar o saber sobre o indivíduo;
- Os mestres devem ter paciência com os erros e dúvidas apresentadas pelos alunos;
- Ninguém aprende a andar nesse caminho com o recebimento passivo de conteúdos oferecidos ou transmitidos de fora.

Sócrates era um pedagogo que acreditava no autoconhecimento como o único caminho para o verdadeiro saber. Segundo ele, ninguém aprende a andar nesse caminho com o recebimento passivo de conteúdos oferecidos ou transmitidos de fora. O verdadeiro saber é adquirido com a busca trabalhosa que cada um realiza dentro de si. 

2. Platão (427 – 347, a.C)

Suas contribuições

- Por meio do conhecimento é possível controlar os instintos, a ganância e a violência;
- O papel do educador consiste em promover no educando o processo de interiorização;
- O conhecimento não é algo que vem de fora para o homem. O conhecimento é o esforço de cada pessoa;
- O despertar para o mundo das ideias é um processo gradual.

Para Platão, “toda virtude é conhecimento”. Ao homem virtuoso, segundo ele, é dado a conhecer o bem e o belo. A busca da virtude deve prosseguir pela vida inteira. Portanto, a educação não pode se restringir apenas aos anos de juventude. Educar é tão importante para uma ordem política baseada na justiça, como Platão preconizava, que deveria ser tarefa de toda a sociedade.

3. Aristóteles (384 – 332, a.C.)

Suas contribuições

- A educação ajuda a combater a pobreza e capacita as pessoas com o conhecimento, habilidades e confiança que precisam para completar um futuro melhor;
- A felicidade é alcançada através da educação;
- A educação deve ser uma forma de preparar o homem para viver em sociedade.

Aristóteles valoriza o método dedutivo usado até hoje, cujo modelo de rigor encontra-se na matemática. A Dedução “é um tipo de raciocínio que ocorre ou seja, parte duma verdade estabelecida (geral) para provar a validade de um facto particular. Caminha-se da causa para o efeito”.
Para ele, o fim da arte e da educação é substituir a natureza e completar aquilo que ela apenas começou.  Ele ainda afirmava que, quando se descuida da educação das gerações, o Estado sofre um golpe nocivo. A educação ajuda a combater a pobreza e capacita as pessoas com o conhecimento, habilidades e a confiança que precisam para construir um futuro melhor.

Conceito de Pedagogia


A Pedagogia é uma ciência da educação que se preocupa com as técnicas de ensinar. A Pedagogia reflecte sobre as teorias, modelos, métodos e as técnicas do processo de ensino-aprendizagem. A pedagogia tem na sua essência melhorar os procedimentos educacionais. 

A Pedagogia é um campo de conhecimentos que investiga a natureza das finalidades da educação numa determinada sociedade, bem como os meios apropriados para a formação dos indivíduos, tendo em vista a sua preparação para as tarefas da vida social.

Os Minerais


Introdução

Os sais minerais são elementos químicos inorgânicos e são necessários ao organismo humano em pequenas quantidades, devendo ser obtidos a partir dos alimentos. Os minerais estão combinados com algum outro grupo de elementos químicos, como por exemplo, óxido, carbonato, sulfato, fósforo etc. porém, no organismo os minerais não estão combinados desta forma, mas de um modo mais complexo, ou seja, eles são combinados com outros constituintes orgânicos como enzimas, harmónios, as proteínas e, principalmente, os aminoácidos. Os alimentos naturais são as principais fontes de minerais para o organismo, tanto os de origem vegetal como animal. Nestes alimentos, o mineral se apresenta na forma de um complexo orgânico natural que já pode ser utilizado pelo organismo.

Deste modo, neste trabalho serão apresentados alguns minerais, suas principais funções no organismo e fontes de obtenção. Saberemos também o que acontece quando há excesso e carência destes minerais no organismo.


Para tal, o objectivo geral do trabalho pautou-se em compreender as principais funções dos minerais no organismo. E como objectivos específicos, procurou-se descrever as funções de alguns minerais: cálcio, flúor, ferro e iodo; descrever as fontes de obtenção de cada um dos minerais identificados.

Referencial teórico

Minerais

Segundo Lohmann (2008) os minerais são substâncias nutritivas indispensáveis ao organismo, pois promovem desde a constituição de ossos, dentes, músculos, sangues e células nervosas até a manutenção do equilíbrio hídrico. Os sais minerais segundo este autor são, no mínimo tão importantes quanto às vitaminas para auxiliar a manter o organismo em perfeito estado de saúde.

Os minerais podem ser divididos em dois (2) grupos:

1º grupo: Os que são necessários em quantidades iguais ou superiores a 100 mg por dia (macrominerais). Este grupo inclui: cálcio, fósforo, enxofre, potássio, cloro, sódio e magnésio.

2º grupo: Os que são necessários em quantidades mais reduzidas, apenas alguns mg por dia (microminerais ou oligo elementos). Este grupo inclui: ferro, cobre, flúor, iodo, cobalto, zinco, crómio, molibdénio, selénio, manganésio, níquel, vanádio, silício e estanho. Deste grupo, não se encontram estabelecidas ingestões recomendadas para o molibdénio, selénio, manganésio, níquel, vanádio, silício e estanho.

Veja a seguir, alguns sais minerais:


O cálcio é um elemento químico, de símbolo químico (Ca), número atómico 20 (20 prótons e 20 electrões) e massa atómica 40u. É um metal da família dos alcalinos-terrosos, pertencente ao grupo 2 da classificação periódica dos elementos químicos.

Principais funções

Essencial na formação e protecção de ossos e dentes;
Ajuda na contracção e relaxamento muscular, coagulação e transmissão de impulsos nervosos;
Importante na activação enzimática.

Fonte de obtenção

O cálcio (Ca) é o mineral mais abundante do organismo (1.100g a 1.200g), dos quais 90% estão no esqueleto. O restante é repartido entre os tecidos, sobretudo os músculos e o plasma sanguíneo. É um elemento primordial da membrana celular, na medida em que controla sua permeabilidade e suas propriedades electrónicas (Lohmann, 2008). 

Segundo Lohmann (2008) uma dieta alimentar normal de cálcio fornece cerca de 500mg a 600mg de cálcio/dia. Este autor lembra que as necessidades em cálcio aumentam no período de crescimento, durante a gravidez e o aleitamento, chegando a 1.500mg/dia.

A dose de cálcio recomendada para crianças e adolescentes dos 9 aos 18 anos é de 1.300mg/dia; já os adultos de 19 a 50 anos devem consumir diariamente 1.000mg do mineral, e pessoas com mais de 50 anos precisam somar 1.200mg diárias.

Carência de Cálcio no organismo

Este sal está ligado às contracções das fibras musculares lisas, à transmissão do fluxo nervoso, à liberação de numerosos harmónios e mediadores do sistema nervoso.

Normalmente, a concentração do cálcio na célula é pequena, mas em circunstâncias patológicas (falta de oxigénio) há uma sobrecarga de cálcio intracelular, pois a membrana celular não preenche mais seu papel de barreira face ao cálcio extracelular. Esta entrada maciça de cálcio no interior da célula implanta canais das membranas rápidas, que se abrem quando o equilíbrio da célula é perturbado.

Junior (2013) afirma que os sais de cálcio frequentemente são prescritos nas farmácias e os mais dispensáveis são carbonato de cálcio, citrato de cálcio e o cálcio de ostra. Este autor informa que o farmacêutico deve estar preparado para receber e avaliar uma prescrição contendo sal de cálcio.

Segundo Lohmann (2008) as carências profundas sem cálcio (hipocalcemias) são bastante raras, contudo, as carências moderadas são frequentes. Os sintomas provocados pela hiperexcitabilidade neuromuscular incluem formigamentos, agulhadas, entorpecimento dos membros e contracções musculares. A nível ósseo, a redução da taca de cálcio no organismo pode ser traduzida por sinais de descalcificação, como raquitismo, retardamento do crescimento e osteoporose.

Excesso de Cálcio no organismo

A elevação ou excessos de cálcio livre na célula tem consequências desastrosas, como a vasoconstrição dos vasos sanguíneos, uma diminuição da deformabilidade dos glóbulos vermelhos (aumento da viscosidade do sangue) e a tendência à hiperagregação das plaquetas sanguíneas (Lohmann, 2008).

Segundo Junior (2013) indivíduos que ingerem sais de cálcio por via oral podem ter flatulência, diarreia, constipação e cálcio renal. Em altas quantidades pode causar ainda hipercalcemia, que está associada à administração por via parenteral e, em alguns casos, por ingestão oral. Acomete principalmente indivíduos com insuficiência renal ou que recebem a suplementação de vitamina D.

Os sintomas da hipercalcemia incluem anorexia, náuseas, vómitos, constipação, dor abdominal, fraqueza muscular, distúrbios mentais, poluiria, nefrocalcinose, cálculos renais e, em casos graves, arritmias cardíacas e coma (Martindale, 2009 citado por Junior, 2013).

2. Ferro (Fe)

O ferro é indispensável para o desenvolvimento correcto de numerosas funções fisiológicas. É um constituinte da hemoglobina (pigmento dos glóbulos vermelhos do sangue transportador do oxigénio) e ocupa o centro do núcleo pirrolidinico, chamado heme. Em conjunto com outros constituintes proteicos, o ferro faz parte da mioglobina, que estoca o oxigénio (O2) no músculo, e dos citocromas, que asseguram a respiração celular. Além disso, activa numerosas enzimas, como a catálase, que assegura a degradação dos radicais livres (peróxidos) prejudiciais (Lohmann, 2008).

Principais funções

  Ajuda a hemoglobina dos glóbulos vermelhos e a mioglobina das células musculares a transportar o oxigénio para o organismo;

   É necessário para reacções químicas no organismo e para sintetizar aminoácidos, colagénio, neurotransmissores e hormonas.

Fontes de obtenção

Lohmann (2008) afirma que os cereais integrais são bastante ricos em ferro, mas o seu refino e peneiração abaixam consideravelmente o teor (mais de 90% no caso da farinha branca, por exemplo). Outros alimentos ricos em ferro são espinafre, aspargo, alho-porro, salsa, batatas, lentilhas, cenouras e cerejas. 

As gorduras são pobres em ferro. Como no caso do cromo, o açúcar à medida que é refinado, perde ferro (6,7mg para 100g de melaço; 2,6mg para 100g de açúcar bruto). Outras fontes de ferro incluem as carnes vermelhas, folhas verde-escuras, leite e derivados. Em suma, a boas fontes alimentares são: fígado, carnes vermelhas, marisco, aves, ovos, fruta, vegetais verdes, pão enriquecido, cereais, arroz, massas.

Carência do ferro no organismo

Quanto a carência do ferro no organismo, Johnson (2017) afirma que geralmente resulta da perda de sangue em adultos (incluindo sangramento da menstruação), mas, em crianças e mulheres grávidas, pode resultar de uma dieta inadequada.

Lohmann (2008) acrescenta que a carência de ferro pode ser devida a perda excessiva (hemorragias digestivas, hemorróidas, ulcerações digestivas, hipermenorreias), a má absorção (diarreias, gastrectomia), ou ainda, a dieta diária insuficiente, causada por alimentação composta de gorduras, farinhas brancas e açúcar refinado, todos pobres em ferro. 

O défice de ferro ocasiona diminuição das defesas imunitárias e, consequentemente, menor resistência às infecções, além de alteração das estruturas epiteliais.

Johnson (2017) afirma que a anemia se desenvolve, fazendo com que as pessoas fiquem pálidas e sintam-se fracas e cansadas. Os médicos baseiam o diagnóstico nos sintomas e nos resultados do exame de sangue. 

Os médicos procuram uma fonte de sangramento, e se uma for identificada, eles a tratam. Geralmente são prescritos suplementos de ferro para ingestão por via oral. A deficiência de ferro é uma das deficiências minerais mais comuns do mundo. Ela causa anemia em homens, mulheres e crianças.

Excesso do ferro no organismo

Quanto ao excesso do ferro no organismo, Johnson (2017) afirma que o ferro em excesso pode acumular-se no organismo.

Segundo a autora, as causas incluem o seguinte:
· Repetidas transfusões de sangue;
· Terapia à base de ferro administrada em quantidades excessivas ou por muito tempo;
·  Alcoolismo crónico;
·  Muita dosagem de ferro;
· Uma doença hereditária denominada hemocromatose;

Uma quantidade excessiva de ferro tomada em uma só dose pode causar vómitos, diarreia e lesões intestinais e em outros órgãos. O consumo excessivo de ferro durante longos períodos pode causar danos ao coração (Johnson, 2017).

Muitas vezes, a deferoxamina é administrada por via intravenosa. Esse medicamento se liga ao ferro e carrega-o para fora do corpo na urina. A hemocromatose é tratada com sangria (flebotomia).

3. Iodo

O iodo é um membro da família dos alógenos (F, Cl, Br). Possui número atómico 53 e massa atómica 126,91. Sua classificação baseado no critério quantitativo é de microelemento, e baseado na função biológica é de elemento essencial. É volatilizado pela acção da luz solar e do calor. As perdas por volatilização são minimizadas em misturas alcalinas com iodo (González, 2004).

Principais funções

·  - Faz parte da hormona tiróidea, que ajuda a manter a temperatura corporal e influencia a função nervosa e muscular, a reprodução e o crescimento;
·  - Previne a doença da gota.

Fontes de obtenção

O iodo está distribuído amplamente na natureza e está presente nas substâncias orgânicas e inorgânicas em quantidades muito pequenas. O nível de iodo na água reflecte o teor de iodo das rochas e solos da região, e consequentemente das plantas comestíveis da região. Normalmente, a água não contribui com uma proporção significativa do consumo diário de iodo, já que mais de 90% deste provém dos alimentos (Cavalheiro & Dulce, 1992).

Alimentos e subprodutos de origem animal em geral apresentam maiores quantidades de iodo do que alimentos vegetais. Em especial, a farinha de carne de peixe (marinho) pode conter 300 a 3000 ppm de iodo.

Segundo Cavalheiro e Dulce (1992) na água e alimentos, o iodo ocorre em grande parte como iodeto inorgânico, sendo absorvido nesta forma através do trato gastrintestinal e transportado na forma livre ou anexo a proteínas do plasma. Também são prontamente absorvidos pelos pulmões, além de quantidades significativas de absorção de iodo através da pele ocorrerem na aplicação de compostos orgânicos que contenham o elemento.

De acordo com Lohmann (2008) o iodo é um elemento indispensável ao funcionamento de todo o organismo. Integra a formação de dois factores hormonais da glândula tireóide (tiroxina e tri-iodotiroxina), que agem na maioria dos órgãos e nas grandes funções do organismo; no sistema nervoso (actua na termogenese), no sistema cardiovascular, nos músculos esqueléticos, nas funções renais e respiratórias. 
Em suma, estes harmónios são indispensáveis ao crescimento e ao desenvolvimento harmonioso do organismo.

As principais fontes de iodo são os peixes de água salgada e frutos do mar, como bacalhau, sardinha, molusco, ostra e camarão. O leite e seus derivados também contem quantidade importante de iodo, assim como os legumes (vagem, agrião, cebola, alho-porro, rabanete, nabo) e certas frutas (ananás, groselhas, ameixas).

Sua recomendação diária segundo Lohmann (2008) é de 150mcg para pessoas com mais de 14 anos. Gestantes, no entanto, precisam consumir 220mcg/dia. A quantidade ideal de iodo para lactantes é de 290mcg diariamente.

Carência do iodo no organismo

Segundo Lohmann (2008) o principal sinal de carência de iodo é a papeira (aumento do volume da glândula tireóide). Com a carência de iodo, há uma diminuição da formação de harmónios tiroidianos e, por um mecanismo de feedback (efeito de retorno), um aumento da estimulação da glândula pelo harmónio hipofisiário que reage com a tiróide, gerando um aumento da glândula tireóide. 

Quando a carência atinge crianças, estas ficam raquíticas por deficiência no crescimento ósseo, são atingidas pelo cretinismo, sua pele se torna seca e edemaciada (mixedema), e seus traços são grosseiros.

A insuficiência tiroidiana pode existir sem papeira. Neste caso, a glândula apresenta frequentemente nódulos (Lohmann, 2008). 

Os sintomas de hipotireoidismos são cutâneos, (pálpebras inchadas, togumentos sem vida e secos, cabelos quebradiços e se rarefazendo),
Musculares (astenias e cãibras), com um metabolismo reduzido (sensação hipotérmica, anorexia, distúrbios dispépticos), amenorreia ou impotência sexual, sinais neuropsíquicos (apatia, lentidão de raciocínio).

Johnson (2017) afirma que a deficiência de iodo é rara nas áreas onde o iodo é adicionado ao sal de mesa. No entanto, a deficiência é comum em todo o mundo. As pessoas que vivem longe do mar e em altitudes mais elevadas correm um risco em especial de deficiência de iodo, porque o seu ambiente, ao contrário daquele próximo do mar, contém pouco ou nenhum iodo.

Excesso de iodo no organismo

Segundo Johnson (2017) o consumo excessivo de iodo é pouco frequente. Pode resultar do uso de suplementos de iodo para tratar deficiências prolongadas deste elemento. Segundo a autora, por vezes, as pessoas que vivem perto do mar consomem iodo demais, porque comem grandes quantidades de frutos do mar e bebem água rica em iodo, assim como ocorre frequentemente no norte do Japão.

O consumo excessivo de iodo normalmente não afecta a função da tireóide, mas às vezes sim. Isso pode fazer com que a glândula tireóide se torne hiperactiva e produza harmónios da tireóide em excesso (hipertireoidismo), particularmente em pessoas que costumavam consumir uma quantidade muito pequena de iodo. 

No entanto, às vezes, o excesso de iodo pode diminuir a produção de harmónios da tireóide (causando hipotireoidismo). Como resultado, a glândula tireóide aumenta, formando um bócio. (Um bócio pode se formar quando a glândula tireóide é hipoactiva ou hiperactiva.)

Se as pessoas consumirem quantidades muito grandes de iodo, eles poderão sentir um gosto metálico em sua boca e produzir mais saliva. O iodo pode irritar o tubo digestivo e causar uma erupção cutânea.

4. Flúor


O flúor é um dos oligoelementos mais conhecidos por seu papel na prevenção das patologias bucodentária e óssea. O flúor também actua nos tecidos e nas células. Os tecidos minerais contem praticamente 99% de flúor do organismo com uma grande maioria nos ossos.

O papel do flúor é indispensável, pois faz a prevenção dentária, a concentração de flúor no esmalte é menor do que nos ossos. A concentração de flúor no esmalte dentário diminui em valor à medida que se distancia da superfície, ou seja, a concentração em flúor é particularmente alta na superfície chegando aos 1.000ppm, sendo menor nas camadas mais profundas do esmalte em cerca de 0,5ppm a 2ppm. Este gradiente de flúor é estabelecido durante a constituição do mineral e antes da “saída” do dente, assim como sob a influência da saliva e da água potável (Lohmann, 2008). O afirma que o flúor é rapidamente absorvido ao nível do estômago e do intestino delgado, por via passiva ligada ao gradiente de concentração. Mesmo não se falando de mecanismos de regulação homeostásicas, como no caso do cálcio, sódio ou cloro, há ainda assim uma adaptação às concentrações pelos ossos e pelos rins. A excreção do flúor se dá pela urina.

Principais funções

· Estimula a formação de ossos fortes;
· Evita a formação e alargamento de cavidades nos ossos (cáries).

Fontes de obtenção

Segundo Cavalheiro e Dulce (1992) As boas fontes alimentares: peixe de água salgada, chá, cereais, carne, frutos, vegetais, água (quantidades muito variáveis).

Carência do Flúor no organismo

Segundo Johnson (2017) a deficiência ou carência de flúor no organismo pode causar cáries e, possivelmente, osteoporose. O consumo adequado de flúor pode prevenir a formação de cáries e fortalecer os ossos. A adição de fluoreto (fluoretação) à água potável com baixo teor de flúor ou o uso de suplementos de flúor reduz significativamente o risco de cáries. Em áreas onde a água potável não é fluoretada, as crianças podem receber flúor por via oral.

Excesso do Flúor no organismo

A mesma autora citada anteriormente refere que as pessoas que vivem em zonas onde a água contém uma quantidade elevada de flúor podem consumi-lo em excesso e sofrer de um distúrbio chamado fluorose. O flúor se acumula nos dentes, sobretudo nos definitivos. Sobre a superfície do esmalte dos dentes surgem manchas brancas opacas e irregulares. Essas manchas podem ficar amarelas ou cor de café, fazendo com que o esmalte pareça manchado. Os dentes também podem ser perfurados. Esses defeitos são apenas estéticos e podem até fazer com que o esmalte fique mais resistente às cáries (Johnson, 2017). O flúor também se acumula nos ossos. Raramente, o consumo de muito flúor durante muito tempo resulta em ossos mais densos, porém frágeis, em crescimento anómalo dos ossos (esporão) na coluna vertebral ou em paralisia devido ao acúmulo de cálcio (calcificação) nos ligamentos (idem, Johnson, 2017).


Conclusões

Neste trabalho compreendemos que os minerais são muito importantes para o organismo pelas suas diversas funções. Foram apresentadas neste trabalho funções de minerais como cálcio, flúor, ferro e iodo, e ao que indica é que todos eles têm uma função crucial para o organismo. Todos nós precisamos desses minerais pois elas ajudam no bom funcionamento do organismo, outros minerais previnem as doenças. De uma forma geral, os minerais são substâncias nutritivas e indispensáveis ao organismo, pois estes promovem desde a constituição de ossos, dentes, músculos, sangue e células nervosas até na manutenção do equilíbrio hídrico. Como se pode ver, são múltiplas as funções dos minerais no organismo, isto porque eles mantem o organismo em perfeito estado de saúde.


Referências

Cavalheiro, A. C. L. & Dulce, S. T. Os Minerais para bovinos e ovinos criados em pastejo. Sagra Luzzato, Porto Alegre. 1992. 142p.

González, F. H. D. (2004). Metabolismo do iodo. Seminário apresentado na disciplina Bioquímica do tecido animal do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul no semestre.

Johnson, L. E. Flúor. 2017. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-nutricionais/minerais/fl%C3%BAor>

Junior, A. N. (2013). Mineral Cálcio. Revista Técnica do Farmacêutico. pp 18-22.

Lakatos, E. M. & Marconi, M. A. (2001). Fundamentos metodologia científica. 4.ed. São Paulo: Atlas.

Lohmann, P. (2008). Dossiê: os minerais na alimentação. pp. 48-65. Revista. Disponível em: <http://www.revista-fi.com/materias/52.pdf>